O futuro chanceler, Mauro Vieira, e o embaixador Fernando igreja, responsável pelo cerimonial da posse de Lula.
O futuro chanceler, Mauro Vieira, e o embaixador Fernando igreja, responsável pelo cerimonial da posse de Lula.| Foto: Reprodução/YouTube.

O futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (14) que foi instruído pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a retomar as relações com a Venezuela, governada por Nicolás Maduro. A declaração foi dada durante a primeira coletiva do futuro chanceler após sua indicação por Lula.

"O presidente [Lula] me instruiu para restabelecer as relações com a Venezuela. Faremos isso a partir do dia 1º de janeiro, enviando um encarregado de negócios para retomar os prédios que temos lá, residência, chancelaria e reabrir a embaixada. E posteriormente vamos indicar um embaixador junto ao governo venezuelano", disse.

Apesar de ter sido questionado, Vieira não citou Juan Guaidó, reconhecido pelo governo Bolsonaro como "presidente interino" da Venezuela. O futuro ministro ressaltou que as relações serão retomadas com o atual governo venezuelano, "que é o governo do presidente Maduro".

"A embaixada [será aberta] junto ao governo que está lá, ao governo que foi eleito e que está lá [na Venezuela], que é o governo do presidente Maduro", disse Vieira.

O embaixador Fernando Igreja, responsável pelo cerimonial da posse de Lula, afirmou que o presidente venezuelano foi contatado sobre o evento, mas ainda não há definição sobre sua presença. Como o governo Maduro não é reconhecido, ele só poderia entrar no Brasil como chefe de Estado a partir de 1º de janeiro.

"Nicolás Maduro foi contatado. Sua entrada no país, ele teria que entrar antes do dia 1º de janeiro. Mas como vocês sabem, há um impedimento de entrada do presidente Maduro e de outras autoridades da Venezuela. Não sabemos se o presidente efetivamente poderá estar presente na cerimônia do dia 1º, mas está sendo feito contato", disse Igreja

"Neste momento, temos confirmadas as presenças do presidente da Alemanha, Angola, Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, o rei da Espanha, Guiana, Guiné-Bissau, Paraguai, Portugal, Suriname, Timor Leste, Uruguai e Zimbábue. São já 17 chefes de Estado confirmados", disse Igreja sobre a cerimônia de posse.