Lei para o MST: na surdina, avança projeto que libera ocupações de imóveis
“Vai acontecer, não só em abril”, diz Stédile sobre ocupações e manifestações do MST| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo / Arquivo

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, afirmou nesta sexta-feira (14) que as invasões de terra serão mantidas e devem ocorrer "não só em abril", como nos próximos meses do ano. Stédile integra a comitiva oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem à China.

“Naturalmente, a nossa base durante o mês de abril sempre se mobiliza pra pressionar pela reforma agrária. Então, mobilização popular, manifestações, vigília, marchas, ocupações de latifúndio improdutivo ou de terras públicas fazem parte da nossa existência. Então, não há nenhuma novidade nisso”, disse Stédile, em um vídeo publicado pelo Metrópoles.

Sobre a possibilidade de novas ocupações, Stédile afirmou que “vai acontecer, não só em abril, mas porque é a forma das mobilizações pressionarem pra que se aplique a lei da reforma agrária que está na Constituição brasileira”.

As invasões já haviam sido anunciadas pelo líder do MST, em um vídeo na semana passada, como parte do “Abril de Lutas”, também chamado de “Abril Vermelho”, realizado em memória do massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em abril de 1996, que resultou na morte de 19 sem-terra.

Na última quarta-feira (12), a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) no Congresso Nacional solicitou que autoridades federais e do estado de São Paulo iniciem uma investigação criminal e ações administrativas contra o coordenador do João Pedro Stédile. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar invasões de propriedades rurais por parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).