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Sessão da comissão especial da PEC do Voto Impresso: votação está marcada para esta quinta-feira (5).| Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

Os opositores da PEC do voto impresso auditável preparam um requerimento de autoconvocação para votar a matéria na sexta-feira (6) caso o substitutivo protocolado pelo relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), não seja votado nesta quinta-feira (5). A estratégia foi utilizada antes do recesso parlamentar, mas a base governista saiu vencedora após uma batalha regimental.

A sessão da comissão especial que discute a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19 estava convocada para às 14h desta quinta, mas, por conta da sessão plenária, foi adiada para às 18h. Até o momento, ela não começou. Os deputados federais aprovaram o projeto de privatização dos Correios e a Medida Provisória (MP) 1.040, que desburocratiza o ambiente de negócios.

Além dessas votações, deputados favoráveis ao voto impresso articulam nos bastidores o adiamento da sessão como estratégia política. Governistas acreditam que as provas apresentadas pelo presidente Jair Bolsonaro sobre uma invasão hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018 criam novos elementos que não podem ser descartados do debate na comissão.

Com base no inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a invasão hacker, a base do governo tenta reverter dois votos no colegiado. Governistas calculam ter 15 votos e, caso a estratégia seja bem sucedida, iriam a 17, metade dos 34 membros titulares do colegiado. Empates em comissões são pró-relatório, ou seja, o substitutivo seria aprovado e encaminhado ao Plenário.

Contra as articulações de bastidores, os opositores do voto impresso estão com um requerimento redigido com 20 assinaturas para ser protocolado ainda nesta quinta pedindo a autoconvocação para sexta. "Se não houver a sessão hoje, faremos uma autoconvocação para sexta (6), às 18h. E se não der certo, vamos propor para segunda-feira (9), pela manhã ou pela tarde", afirma à Gazeta do Povo o deputado Fábio Trad (PSD-MS). "Temos a convicção de que é preciso definir logo esse tema porque quem está ganhando com ele é o presidente Bolsonaro, que se aproveita da paixão que permeia este tema para desviar a atenção dos principais problemas do país", complementa.