O servidor da Funai, Bruno da Cunha Araújo Pereira, e o jornalista inglês Dom Phillips, estão desaparecidos na Amazônia.
O servidor da Funai, Bruno da Cunha Araújo Pereira, e o jornalista inglês Dom Phillips, estão desaparecidos na Amazônia.| Foto: Divulgação/Funai/Reprodução/Twitter

A Polícia Federal do Amazonas está investigando o desaparecimento do servidor da Funai, Bruno da Cunha Araújo Pereira, e do jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian. Os dois foram vistos pela última vez por volta das 6 horas de domingo (5), quando circulavam pela região do Vale do Javari. Eles se preparavam para iniciar o trajeto de barco entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. A viagem costuma demorar aproximadamente duas horas, mas os dois não chegaram ao destino e não foram mais localizados desde então. Uma equipe de busca percorreu o mesmo trajeto e não encontrou vestígios da dupla.

Segundo informações divulgadas pela entidade União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno recebia ameaças constantes de garimpeiros, madeireiros e pescadores que atuam na região. "Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas", diz comunicado da Univaja.

"Enfatizamos que na semana do desaparecimento, conforme relatos dos colaboradores da Univaja, a equipe recebeu ameaças em campo. A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, diz a entidade.

O Ministério Público Federal afirmou que instaurou um procedimento administrativo para apurar o caso e acionou a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Força Nacional, a Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari e a Marinha do Brasil. “A Marinha já confirmou ao MPF que conduzirá as atividades de busca na região, por meio do Comando de Operações Navais. O MPF seguirá intermediando as ações de buscas e mobilizando as forças pra assegurar a atuação integrada e articulada das autoridades, visando solucionar o caso o mais rápido possível”, diz o órgão em nota.