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Eleições 2026

Caiado ataca o Congresso e diz que Lula não está dando conta de terceiro mandato

Ronaldo Caiado
Pré-candidato à presidência reconheceu que ainda não é consenso nem dentro do União, que rachou entre a base e a oposição. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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O governador goiano Ronaldo Caiado (União-GO), pré-candidato à presidência da República em 2026, atacou o Congresso pelo uso político de emendas parlamentares e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permitiu a continuidade destes recursos, além de não estar dando conta do terceiro mandato a que foi eleito.

As fortes críticas ocorrem em um momento de racha em seu próprio partido, que utiliza as emendas e faz parte da base governista, mas que aprovou uma federação com o PP para lançar um candidato próprio no ano que vem e desembarcar da Esplanada dos Ministérios.

“Você vê um presidencialismo totalmente enfraquecido, um Congresso Nacional que entrou e define toda a parte de discricionário hoje do governo federal, um Supremo [Tribunal Federal] que muitas vezes se propõe a alterar legislações. Por quê? Porque existem vários vazios. É como fazer um diagnóstico: qual é a causa da dor de cabeça? É a falta de um presidente da República”, disse em um evento nesta segunda (5) em São Paulo, em registro da Folha de S. Paulo.

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Para Caiado, o presidencialismo no Brasil “foi destruído”, em que esse papel agora é dividido com o Congresso Nacional. Para ele, as emendas parlamentares se consolidaram como um instrumento frequentemente utilizado como moeda de troca.

“O plano de governo é do presidente. O deputado foi feito para aprovar o Orçamento, fiscalizar o Orçamento e legislar nas matérias de lei complementar e ordinária à proposta. Pronto”, afirmou.

Para ele, cabe ao presidente decidir a aplicação dos recursos discricionários previstos no plano de governo, pontuando que “não é ele [o deputado] que vai decidir que vai repassar o dinheiro para fazer o que ele acha que deve fazer no município”.

Ronaldo Caiado criticou diretamente o que chamou de “desordem institucional” que se instalou no país, mas desconversou sobre o protagonismo do União Brasil, seu próprio partido, no uso político das emendas.

“A Constituição brasileira me impõe, no cargo da Presidência, de cumprir aquilo que um plano de governo apresentado por mim tenha condições de ser implantado”, justificou.

Um dos líderes do seu partido, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), foi o responsável por articular um projeto que liberou cerca de R$ 4,6 bilhões em emendas que estavam represadas, em março, em meio a contestações do Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de transparência e critérios objetivos.

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Caiado ainda responsabilizou o presidente Lula pela continuidade e ampliação do uso político das emendas, sem reconhecer a participação do União Brasil na base de apoio do governo no Congresso. Para ele, Lula não demonstra o mesmo vigor de campanhas anteriores.

“Lula não está mostrando aquele mesmo interesse que ele teve em outras campanhas. O Lula não deu certo. Teve um momento em que foi aplaudido, teve uma boa gestão, mas agora ele chegou e não deu conta de governar”, completou.

O governador, no entanto, admitiu que ainda não se consolidou como pré-candidato à presidência nem mesmo dentro do próprio partido. Ele reconheceu a disputa interna na direita e citou os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Jr. (PSD-PR), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Romeu Zema (Novo-MG) como possíveis adversários no mesmo campo político. O nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível, não foi mencionado.

“Estou andando por esse Brasil todo para poder ter condições de viabilizar um programa de governo que possa ser implantado por quem tem autoridade moral e intelectual para tratar do assunto”, completou.

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