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Parlamentares de oposição em ato de apoio ao deputado Carlos Jordy, líder da oposição na Câmara
Parlamentares de oposição em ato de apoio ao deputado Carlos Jordy, líder da oposição na Câmara| Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Indagado sobre o futuro político do deputado Carlos Jordy (PL-RJ), o presidente do PL no Rio de Janeiro, deputado federal Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou que o correligionário está mantido para a disputa da prefeitura de Niterói neste ano. Jordy foi alvo da nova fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF), na quinta-feira (18). Policiais federais fizeram buscas na Câmara dos Deputados e nos endereços ligados ao parlamentar no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.

“A candidatura dele está mantida. Ele está em jogo político muito forte, representa a direita e estamos fazendo alianças. Seremos alternativa a essa candidatura de esquerda no município”, disse Côrtes.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados é apontado pelo subprocurador Carlos Frederico Santos, da Procuradoria-Geral da República (PGR), como integrante do “núcleo de financiadores e instigadores” dos atos de 8 de janeiro de 2023 que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Jordy negou as acusações e disse que se trata de uma "pesca probatória" da Justiça contra aqueles que "fazem oposição ao governo do PT ou criticam as ações do Supremo Tribunal Federal (STF)".

Ao comentar o caso, Côrtes criticou a operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e disse que esse tipo de ação não contribui para a “harmonia” entre os poderes da República.

“É uma situação que fragiliza muito a relação entre os poderes. Acho que ultrapassa a questão do deputado Jordy. Sou entusiasta da harmonia entre os poderes e acho que o Brasil precisa disso. Mas esse tipo de ação não colabora para que essa situação se harmonize. Sobretudo com busca e apreensão em casa e gabinete de deputado”, disse.

O presidente do PL no Rio de Janeiro disse ainda que conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) sobre o assunto, mas disse que ele deve pronunciar apenas na volta do recesso parlamentar. “O presidente [da Câmara, Arthur Lira,] estava bastante indignado”, disse Altineu Côrtes.

Oposição cobra posicionamento de Lira e de Pacheco sobre operação contra Jordy

Parlamentares da oposição se reuniram na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (24), para definir ações contra excessos do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação aos inquéritos que investigam políticos com foro privilegiado. A reunião ocorreu uma semana depois da Operação Lesa Pátria, autorizada pelo Supremo, que mirou o líder da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ).

Além de definir novas estratégias da oposição na legislatura deste ano, os parlamentares anunciaram que Carlos Jordy será reconduzido ao cargo de líder da oposição. O anúncio foi feito durante a coletiva, após o deputado Filipe Barros (PL-PR) abrir mão do posto neste ano.

Durante coletiva de imprensa, eles repudiaram a "abusiva busca e apreensão" da PF na casa de Jordy e cobraram uma ofensiva dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) contra o STF. Ambos não se posicionaram após a operação contra o líder da oposição.

"Estamos aqui contra os abusos de autoridade e o desrespeito flagrante à Constituição. Entendemos que a operação da PF foi uma agressão não somente ao Jordy, mas uma agressão à oposição e a todo Parlamento. A democracia está sangrando no Brasil. As acusações contra Jordy não se sustentam", disse Marcel van Hattem (Novo-RS).

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), cobrou equilíbrio entre os Poderes. “É muito grave o que está acontecendo. Vamos definir uma pauta institucional no sentido de preservar e fortalecer prerrogativas no Parlamento brasileiro. Há uma evidente hipertrofia de um poder sobre o Legislativo. Queremos tratar sobre as prerrogativas e o equilíbrio necessários aos poderes da República”, afirmou.

Lira foi convidado para participar da reunião com a oposição, mas não compareceu por estar em uma viagem ao exterior. Na coletiva, o vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), criticou o desequilíbrio entre os poderes e cobrou "ordem democrática para que o Congresso não seja desrespeitado por outro poder”.

“É lamentável o acontecido. Buscaremos os demais líderes, de oposição e situação, para exigir respeito aos deputados, a seus ambientes e a suas dependências. Tenho certeza de que o episódio [cumprimento de mandado contra Carlos Jordy] encerrará essa situação e colocaremos limite a tudo o que está acontecendo, principalmente com ajuda dos presidentes Lira e Pacheco, que não faltarão com o Congresso Nacional”, disse.

Uma das prioridades da oposição é a instalação da CPI do Abuso de Autoridade para investigar excessos praticados por ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número necessário de assinaturas para abertura da CPI foi alcançado no final do ano passado, quando o pedido foi protocolado junto à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, mas a instalação da CPI ainda não ocorreu.

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