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Câmara dos Deputados

Caroline De Toni cede liderança na Câmara para salvar mandato de Eduardo Bolsonaro

Caroline De Toni renuncia liderança da minoria para salvar mandato de Eduardo Bolsonaro.
Caroline De Toni renuncia liderança da minoria para salvar mandato de Eduardo Bolsonaro. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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A deputada Caroline De Toni (PL-SC) abriu mão do cargo de líder da minoria na Câmara para salvar o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Com a renúncia de Caroline, Eduardo poderá continuar a atuar mesmo estando nos Estados Unidos, onde mora desde fevereiro, pois poderá justificar as ausências nas sessões da Câmara. Segundo uma resolução da mesa diretora, os líderes de bancada e integrantes da mesa não têm faltas computadas.

A indicação de Eduardo Bolsonaro como novo líder da minoria foi oficializada por Caroline De Toni, ao lado dos líderes do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-SP) e da oposição Luciano Zucco (PL-RS), durante coletiva de imprensa relizada nesta terça-feira (16). 

“Estou renunciando com convicção e seguirei ao lado dele nessa missão. Minha decisão é para contribuir com o fim das perseguições à família Bolsonaro. É o mínimo que podemos fazer para auxiliar o Eduardo neste momento, pelo trabalho que ele vem desenvolvendo na defesa das nossas liberdades”, disse Caroline à Gazeta do Povo.

Deputados governistas vêm pedindo que Eduardo tenha o mandato cassado, argumentando que ele teria provocado as sanções americanas ao Brasil - e não a postura do Executivo e os processos judiciais arbitrários contra Jair Bolsonaro e ações de censura do STF a perfis de redes sociais.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) vinha adotando a estratégia de esperar Eduardo ter faltas suficientes para perder o mandato. Eduardo Bolsonaro vive hoje em auto-exilio nos Estados Unidos. 

O gesto da deputada se dá mesmo com a possibilidade de ela perder uma vaga de candidata do PL ao Senado por Santa Catarina nas próximas eleições para ceder espaço para o irmão de Eduardo, Carlos Bolsonaro, que pode fazer uma dobradinha com o senador Esperidião Amin (PP-SC).

Indicação de Eduardo Bolsonaro para liderança tem base regimental, afirma líder do PL

Durante coletiva de imprensa, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, destacou que, por regimento, cabe ao maior partido de oposição a indicação tanto da liderança da oposição quanto da minoria.

Sóstenes também lembrou que, até 2015, uma resolução proibia o abono de faltas de líderes. A regra, no entanto, foi flexibilizada na gestão do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, após pedido da hoje senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), permitindo que como prerrogativa regimental líderes de bancadas e membros da mesa diretora não fossem obrigados a estar presentes em plenário ao exercer suas funções. Assim, o PL utilizou esse precedente para fundamentar a indicação de Eduardo Bolsonaro.

Sóstenes reforçou ainda que não se trata de abono das faltas do deputado por ser líder da minoria, mas de ausência justificada. “Cabe a qualquer líder e integrante da Mesa Diretora ter esse reconhecimento [das faltas]”, explicou o líder do PL.

O líder disse ainda que a deputada Caroline deve seguir representando formalmente a liderança enquanto Eduardo Bolsonaro estiver fora do país. A decisão sobre a troca na liderança, segundo Sóstenes, já foi comunicada ao presidente da Câmara, Hugo Motta.

O líder do PL também aproveitou o momento para elogiar o trabalho realizado por Caroline De Toni e classificou sua decisão de ceder o posto como “um gesto de grandeza a ser registrado pela eternidade”.

O deputado Luciano Zucco (PL-RS) afirmou que a principal orientação ao novo líder será priorizar a pauta da anistia. Ele disse haver acordo com a presidência da Casa para que o tema seja pautado e que Eduardo Bolsonaro fará um pronunciamento em breve.

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