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marcelo freixo
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo| Foto: Câmara dos Deputados

O ex-deputado e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT-RJ), disse que a notícia da prisão do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa, por suposto envolvimento no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco é “surpreendente” e “assustadora”.

Além de Rivaldo, a Polícia Federal (PF) prendeu, neste domingo (24), o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), e o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Todos acusados de serem mandantes do crime.

“[A prisão] é muito surpreendente. Antes de ser chefe da Polícia Civil (ele assumiu um dia antes da morte da Marielle), ele (o Rivaldo) foi responsável pela divisão de homicídios, que é uma delegacia muito estratégica no Rio de Janeiro, e eu presidi a Comissão de Direitos Humanos por 10 anos como deputado estadual, da qual a Marielle foi coordenadora por vários anos, e foram muitas as reuniões que eu fiz com o Rivaldo sobre casos atendidos na Comissão que eram encaminhados para a delegacia de homicídios, foram várias as reuniões onde eu a Marielle e o Rivaldo estivemos juntos, tanto no meu gabinete quanto no gabinete dele, inúmeros casos. Quando acontece o episódio com a Marielle, era uma quarta-feira à noite, e eu sou avisado imediatamente, eu vou para o local do crime e eu ligo para o Rivaldo. Eu ligo para falar: ‘Olha, mataram a Marielle, pelo amor de Deus manda a polícia para lá…’. Foi muito surpreendente para nós porque não havia ameaça sobre a Marielle e, imediatamente, ele (Rivaldo) atendeu e recebeu a mim e a toda a família (da Marielle) na sala da chefia da Polícia Civil. Então, essa notícia de que ele pode não só ter acobertado, mas ter participado é, sem dúvida, muito assustadora porque vai para o lado da desumanidade vai para o lado da ironia, do deboche… Nem sei como descrever”, disse Freixo durante entrevista concedida à CNN Brasil, neste domingo (24).

Ao falar sobre a atuação da milícia no Rio de Janeiro, Freixo disse que “crime, polícia e política não se separam” no estado.

“A milícia nasce do Poder, a milícia nasce do Palácio, a milícia nasce da relação que a política se utiliza da polícia para dominar territórios, para fazer com que os seus interesses econômicos de extorsão das pessoas mais pobres se transforme também em um projeto político de reduto eleitoral. Então, é uma máfia que compromete a polícia e isso é o que leva à morte da Marielle”, afirmou.

Durante uma entrevista coletiva, neste domingo, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, leu um trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação.

“Apontam diversos indícios do envolvimento dos Brazão, em especial de Domingos, com atividades criminosas. Incluindo-se nesse diapasão as relacionadas com milícias e grilagem de terras. Por fim, ficou delineada a divergência, no campo político, sobre questões de regularização fundiária e do direito de moradia”, afirmou o ministro.

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