Ciro Nogueira cogita saída do PP do governo com possível indicação de Boulos

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP, declarou nesta quinta-feira (6) que o partido avalia desembarcar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante das possíveis indicações na reforma ministerial.

Apesar de discutir a saída do PP no governo, por conta da presença do André Fufuca no Ministério do Esporte, Nogueira ressaltou que o PP “nunca” entrou ou foi da base governista. Segundo ele, Fufuca aceitou um convite pessoal de Lula. 

“Tem aumentado muito a pressão dentro do nosso partido... Não digo nem de desembarcar do governo porque nós nunca entramos. O PP, como partido político, nós nunca tomamos a decisão de apoiar este governo, indicar alguém", disse Nogueira. "Existe uma pressão da bancada para que eu reúna o partido e tome a decisão", disse o senador em entrevista à GloboNews.

Nogueira criticou a decisão de Lula de “governar para o seu partido” e a suposta indicação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para algum ministério do governo Lula. O nome do esquerdista vem sendo cotado entre alguns governistas na reforma ministerial para substituir Márcio Mâcedo (PT) na Secretaria Geral da Presidência.

Para o presidente do PP, se a escolha de Boulos se confirmar o governo Lula “está sem rumo e sem chão”.  “O líder do movimento invasor dos sem teto sob o teto do Planalto seria a comprovação definitiva de que o governo está sem rumo e sem chão”, declarou o senador, em publicação no X.

O deputado Boulos reagiu às críticas de Nogueira classificando-as como um “desespero”. “Entendo seu desespero. Seu chefe vai ser preso e você vai perder a eleição pro senado no Piauí”, escreveu Boulos no X.

A postagem do deputado faz referência à denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Sem apoio a Lula em 2026

O presidente do PP também reforçou que seu partido não apoiará Lula para uma eventual reeleição em 2026. "Eu acho muito difícil, impossível, que estes quatro partidos estejam com Lula na eleição de 2026. O meu, com certeza não estará", afirma Nogueira.

Sobre um eventual candidato para presidente, o senador declarou que apoiará o candidato da direita à presidência da República que se comprometer a anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Eu vou defender que qualquer que seja o candidato, se o Bolsonaro for condenado, se comprometa a anistiá-lo para repor essa injustiça que está sendo cometida contra o presidente", disse.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, além de estar inelegível por 8 anos, foi indiciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de estado após a eleição de 2022. Ele nega as acusações e tem até essa quinta-feira (6) para apresentar a sua defesa.