Os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolaram, nesta quarta-feira (6), um requerimento de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de exploração sexual infantil na Ilha do Marajó, no Pará.
Os deputados do PL conseguiram as 171 assinaturas necessárias para o requerimento apesar da resistência de parlamentares de partidos de esquerda, como PT e PSOL.
“Agradeço a todos os deputados que apoiaram nossa CPI. A proteção das nossas crianças é um dever do parlamento e trabalharemos agora junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira, pela instalação da comissão”, afirmou Bilynskyj.
Em suas redes sociais, Bilynskyj divulgou uma lista com deputados federais de São Paulo que não assinaram o requerimento.
Segundo Bilynskyj, foram contra a abertura da CPI os deputados Arnaldo Jardim (Cidadania), Delegado da Cunha (PP), Erika Hilton (PSOL), Guilherme Boulos (PSOL), Sâmia Bomfim (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Tiririca (PL), Rui Falcão (PT), Baleia Rossi (MDB) e Carlos Zarattini (PT).
Além do requerimento de CPI, que precisa ser autorizado pelo presidente Arthur Lira (PP-AL), a Câmara debaterá o tema em uma comissão geral e terá outra comissão externa para apurar as denúncias in loco.
O tema voltou ao noticiário no mês passado após a repercussão de uma música da cantora Aymeê intitulada “Evangelho de fariseus”, no programa gospel Dom Reality.
O assunto ganhou contorno nacional pela primeira vez em 2022 através de denúncias feitas pela então ministra dos Direitos Humanos e atual senadora, Damares Alves (Republicanos-DF). Na época, Damares foi alvo de ataques de políticos e artistas que tentaram descredibilizar as denúncias.
Após o retorno do tema aos noticiários, o ministro de Relações Institucionais do presidente Lula (PT), Alexandre Padilha, minimizou as denúncias e citou “suspeitas” de mau uso de recursos por parte do Ministério dos Direitos Humanos na gestão Bolsonaro, quando a pasta era comandada por Damares.
Padilha disse ainda que muitas das denúncias são baseadas em “vídeos suspeitos” com imagens de outros lugares para “tentar vender uma ideia” sobre a região do Marajó.
Como noticiado pela Gazeta do Povo, os casos de prostituição e pedofilia no Marajó são investigados desde 2006.
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