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Segurança do presidente eleito Lula afirma que não há motivos para se preocupar com a cerimônia de posse| Foto: André Borges/EFE

Integrantes da segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantem que os atos de vandalismo em Brasília, na última segunda-feira (12), não impactam o plano desenhado para resguardar a realização da cerimônia de posse, marcada para o próximo dia 1º. De acordo com membros da transição, o planejamento do evento prevê diversos cenários e segue em atualização até o final deste mês.

"Nossa operação [de segurança] segue sendo íntegra, desde como sempre foi. A nossa mensagem é de tranquilidade e que [a operação] vai seguir até janeiro", disse o delegado da Polícia Federal Andrei Augusto Passos Rodrigues, chefe da segurança de Lula.

A tentativa de invasão do prédio da PF, em Brasília, ocorreu a poucos quilômetros do hotel onde o presidente eleito está hospedado desde o início da transição do governo. Durante a ação dos manifestantes, a Polícia Militar do Distrito Federal chegou a isolar as imediações da região onde fica o hotel de Lula. Mas, segundo Rodrigues, tudo ocorreu dentro da "normalidade".

"O presidente cumpriu todas as agendas, foi diplomado e retornou em segurança onde está sereno, descansando", completou o delegado da PF.

Ainda de acordo com integrantes do governo de transição, o presidente eleito pretende seguir com suas agendas de forma normal até o dia da posse. A avaliação da equipe é de que Lula precisa dar um tom de "normalidade" para não ampliar a crise institucional do fim do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Apesar do tom de "normalidade", os aliados de Lula avaliam que os planos de segurança para a cerimônia de posse vão seguir em constante atualização, de acordo com o avanço das investigações sobre os atos de vandalismo. Já havia uma previsão de monitoramento de grupos "extremistas" que podem tentar tumultuar o evento de posse, garantem eles.

"Mesmo com esses eventos violentos, extremistas, que houve logo após, não houve nenhum tipo de ameaça à integridade física do presidente eleito. Então o retrospecto relativo a este momento mostra que não há o que temer em relação à posse. Ela vai acontecer normalmente, porque há um planejamento para isso", afirmou o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino.

Programação da cerimônia de posse prevê desfile de Lula em carro aberto 

Responsável pela organização da cerimônia de posse, a futura primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, indicou que Lula vai desfilar em carro aberto na Esplanada dos Ministérios. "Será feito o trajeto de carro aberto, posso confirmar isso para vocês”, disse na semana passada.

O esquema de segurança para a região da Esplanada será o mesmo utilizado durante as últimas manifestações do Sete de Setembro e do segundo turno das eleições. As equipes de segurança do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Militar do Distrito Federal pretendem manter a região isolada e com acesso controlado até o dia da posse. O cronograma prevê ainda o uso de detectores de metal, esquadrão antibombas, agentes à paisana, snipers e barreiras antidrones.

Além disso, a equipe de transição vai contar com o apoio do governo do Distrito Federal para acompanhar as movimentações dos manifestantes que estão acampados no Quartel General do Exército. De acordo com o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, uma parcela dos autores dos ataques de vandalismo também faz parte do acampamento.

“Parte desses manifestantes, a gente não pode garantir que são todos que estejam lá porque alguns podem residir inclusive na cidade e em outros locais, mas parte realmente estava no QG, no acampamento, e participaram desses atos. Quem for ali identificado será responsabilizado”, declarou Danilo.

Após o episódio de vandalismo, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Fábio Felix (PSol), pediu que o Governo do DF faça a “remoção e dispersão imediata do acampamento". A região do acampamento, no entanto, faz parte de uma área militar e, portanto, qualquer ação deve ser feita com aval do Exército.

Segurança de Lula vai fazer varredura no Alvorada depois da posse 

Paralelamente, integrantes da transição sinalizam que a equipe de segurança de Lula pretende fazer uma varredura no Palácio da Alvorada depois da cerimônia de posse. O local, onde irá residir o petista, atualmente é ocupado por Bolsonaro.

O conselho, segundo aliados de Lula, seria tanto uma medida de cautela, para garantir a segurança do presidente eleito, como de adequação para a nova família presidencial. Integrantes do PT temem uma eventual instalação de grampos e escutas por parte do atual governo.

Além da varredura na residência oficial da Presidência, a equipe de Lula estuda mudanças na composição do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança do presidente. De acordo com líderes petistas, a pasta é cercada de "desconfiança" devido aos aliados de Bolsonaro que hoje estão no GSI. E, como o órgão é responsável pela segurança do presidente, isso causa receio.

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