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Rota definida

Como será a operação de guerra que trará 240 milhões de máscaras da China ao Brasil

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Funcionários na produção de máscaras em fábrica na China. Brasil trará 240 milhões de máscaras do país asiático. (Foto: )

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O governo brasileiro corre contra o tempo para obter uma quantidade de máscaras suficiente para evitar a escassez do produto no pico da expansão do coronavírus, que, segundo o Ministério da Saúde, deverá ocorrer entre maio e junho no Brasil.

Aviões contratados pelo governo brasileiro farão cerca de 40 voos à China nas próximas semanas, para trazer ao Brasil um total de 240 milhões de máscaras adquiridas na China. A operação é considerada a maior compra governamental no exterior da história do Brasil: são 4 mil metros cúbicos de produtos, pesando cerca de 960 toneladas.

Nesta quarta-feira (15), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, anunciou, durante a coletiva de imprensa diária da pasta, que mais 11 voos para a China estão previstos até maio.

Dados publicados no Diário Oficial da União informam um gasto do governo de R$ 694 milhões com 200 milhões de máscaras cirúrgicas e 40 milhões de máscaras do tipo N95.

Itinerário da operação será pelo Oriente Médio e pela África

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, explicou em coletiva na terça-feira (14) como funcionará a operação para trazer essas máscaras e outros equipamentos de proteção individual (EPIs) produzidos na China para o Brasil.

Para evitar problemas com retenção de suprimentos que têm ocorrido nos Estados Unidos e na Europa, o governo brasileiro fez experiências com rotas alternativas, em voos financiados pela Vale para a busca de equipamentos de saúde da China.

“Nós testamos na semana passada, com os voos da Vale, que trouxeram kits e também EPIs, várias rotas. Conseguimos estabelecer algumas rotas seguras”, disse o ministro Tarcísio Gomes.

Segundo ele, a rota mais segura é o Oriente Médio, por cidades como Dubai, Doha ou Tel Aviv. Outra rota testada com sucesso pelo governo foi a África, através de cidades como Adis Abeba, na Etiópia, e Lomé, capital do Togo.

Os aviões precisam parar para reabastecer. A carga transportada é cobiçada por vários países neste momento e poderia ser interceptada. A preocupação aumentou depois que uma carga de respiradores comprada pelo governo da Bahia ficou retida em Miami, nos Estados Unidos. O negócio foi cancelado pela empresa fornecedora e a suspeita é de que o material tenha sido destinado para uso norte-americano.

Pelo mesmo risco, os aviões brasileiros evitarão paradas também na Europa, que foi fortemente afetada pela pandemia. A expectativa é de que cada voo leve cerca de 40 horas. Usualmente, uma carga com esse volume seria transportada por navio, mas isso levaria até 45 dias, um prazo que o governo não pode esperar no momento.

Todas as viagens terminam no aeroporto de Guarulhos, de onde os produtos seguem para a central de distribuição do Ministério da Saúde e são levados ao resto do Brasil. Para distribuir o produto aos estados brasileiros, a operação receberá apoio da Força Aérea.

Dois primeiros voos trarão 15 milhões de máscaras

Gomes afirma que a primeira leva da operação chegará ao Brasil com 15 milhões de máscaras, pesando 53 toneladas. Dois Boeings 777 que estavam em manutenção em Dubai chegaram à China nesta quarta-feira (15).

Assim que a carga for liberada pelas autoridades chinesas, as duas aeronaves partirão da China para o Brasil. O ministro afirma que a liberação deverá acontecer no dia 18 ou 19.

“Ou no dia 20 ou no 21, no mais tardar, toda essa carga, essa primeira leva, já vai estar no Brasil. A gente vai repetindo essa operação nas próximas semanas”, explicou Gomes.

Segundo o ministro, as 960 toneladas de máscaras estarão todas no Brasil “nas próximas seis, oito semanas”.

*com Estadão Conteúdo

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