O governo de São Paulo e o Instituto Butantan afirmaram nesta quarta-feira (23) que a Coronavac, a vacina contra Covid-19 desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, atingiu o índice mínimo exigido de eficácia pelas agências regulatórias (50%). No entanto, o porcentual exato de eficácia do imunizante não foi divulgado, nem demais dados do estudo final, frustrando as expectativas.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, a Sinovac solicitou que não houvesse a divulgação das informações nesta quarta, pois ainda precisa analisar os números antes que a apresentação seja feita a NMPA, órgão regulador chinês. Para isso, os chineses pediram um prazo de 15 dias, adiando para janeiro a divulgação oficial dos dados.
"Recebemos os dados de eficácia ontem [terça-feira, 22]. Atingimos o limiar da eficácia, que permite o processo de solicitação de uso emergencial, seja aqui no Brasil ou na China. Temos um contrato com a Sinovac que especifica que o anúncio desse número precisa ser feito em conjunto. Ontem mesmo apresentamos esses números à nossa parceira, que, no entanto, solicitou que não houvesse a divulgação do número. Eles precisam analisar cada um dos casos. Para que isso fosse possível, solicitaram a transferência da base de dados. Essa base de dados foi transferida na manhã de hoje [quarta-feira, 23], para que eles possam proceder essa análise o mais rapidamente possível. Solicitaram o prazo de 15 dias para que isso aconteça, mas acreditamos piamente que essa data será adiantada", disse Dimas Covas.
Covas ressaltou que os testes no Brasil contaram com mais de 13 mil voluntários espalhados por 16 centros de pesquisa em oito estados. A Anvisa concedeu à fábrica da farmacêutica Sinovac na China a certificação de boas práticas na última segunda-feira (21).
Nesta fábrica será produzida a matéria-prima da Coronavac. O certificado é obrigatório para um eventual registro da vacina no Brasil. Porém, o pedido ainda depende da divulgação de resultados de eficácia do imunizante pelo Butantan.
Início da vacinação da Coronavac em São Paulo ainda pode ser mantido
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já declarou que a vacinação no estado deve começar no dia 25 de janeiro. O secretário de estado de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que mesmo com o adiamento da divulgação de dados sobre eficácia do imunizante, o prazo estimado para início da vacinação ainda pode ser cumprido.
“Baseado nos dados que nós temos, já podemos dar entrada na Anvisa. Mas estamos respeitando esses trâmites burocráticos, os compliances que fazem parte das tratativas comerciais para que possamos então de forma conjunta ter um resultado igualitário e isonômico entre vários países”, disse Gorinchteyn.
Doria não participou da coletiva. O governador, que estava em Miami para um recesso de dez dias, está voltando para o Brasil, pois nesta quarta o vice-governador, Rodrigo Garcia, anunciou que testou positivo para a Covid-19. Doria deve chegar a São Paulo nesta quinta-feira (24) para reassumir as funções.
Covas afirmou que o atraso "não implica em atraso no cronograma do Butantan". João Gabbardo também reforçou que o cronograma da campanha será mantido. O prazo solicitado pela China, para que todas as análises sejam feitas, é de 15 dias. Gabbardo espera que o prazo seja cumprido e que a documentação seja enviada a Anvisa. O registro emergencial emergencial na Anvisa pode levar dez dias.
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