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8 de janeiro
Relator da comissão na Câmara do DF não deve indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro como fez a CPMI do Congresso.| Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

Ao contrário da CPMI dos atos de 8 de janeiro no Congresso, a CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal não deve indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como suposto líder da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no começo do ano.

Esta é a previsão dada pelo relator da comissão na casa, deputado João Hermeto (MDB), sobre as últimas sessões para concluir os trabalhos e votar o relatório final. Ele deve se reunir com os membros titulares da CPI no dia 30 para discutir os possíveis nomes que serão indiciados.

O parlamentar, que faz parte da base governista do Distrito Federal, deixou claro que não pretende indiciar qualquer pessoa que não tenha sido ouvida pelos membros da CPI. Ele afirmou que manterá um enfoque técnico em seu relatório, evitando qualquer motivação política ou ideológica.

"Não irei indicar ninguém que eu não tenha ouvido aqui na CPI. Eu vou me atentar a quem eu ouvi aqui, a não ser que aconteça algo extraordinário", disse. Bolsonaro não prestou depoimento aos parlamentares.

Hermeto também criticou o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) aprovado por parlamentares na semana passada. Ele argumentou que o relatório foi politizado e que parte dos indiciados nem sequer prestou depoimento aos deputados e senadores.

“O relatório da CPMI foi político. Foi (um relatório) bom, mas deixou se contaminar pela parte política, além da guerra ideológica do Congresso Nacional”, disse ao Correio Braziliense.

Já o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), estima que os depoimentos se encerram em 16 de novembro, com a expectativa da oitiva do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Reginaldo de Souza Leitão, chefe do Centro de Inteligência da corporação. Apesar da posição do relator, Vigilante afirmou que a comissão tem relatórios que sustentam o indiciamento de pessoas que não prestaram depoimento.

A pressão de deputados pró-Bolsonaro na reta final da CPI busca incluir outros nomes, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o coronel Sandro Augusto de Sales Queiroz, ex-comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional. Os parlamentares distritais pretendem ler e votar o relatório final da CPI em 23 de novembro.

“Se surgir algo muito importante, podemos abrir uma exceção e trazer mais alguém para depor aqui. Pretendemos encerrar dia 16, para ter tempo hábil para a elaboração do relatório, para aprovarmos antes do dia 5 de dezembro. É importante ressaltar que o esqueleto do relatório está pronto”, afirmou Vigilante

No entanto, a expectativa de ouvir o major aposentado da Polícia Militar do Distrito Federal, Cláudio Mendes dos Santos, foi frustrada devido a problemas de saúde do oficial durante o trajeto para a CPI. O depoimento do major está agendado para 9 de novembro, e na próxima semana, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, será ouvido pela comissão.

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