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A CPI do Crime Organizado do Senado aprovou nesta terça (9) a convocação do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União-RJ), para explicar as suspeitas de vazamento de informações sigilosas de uma operação da Polícia Federal contra o Comando Vermelho. A convocação ocorre um dia após o próprio legislativo fluminense revogar a prisão com 42 votos a favor e 21 contrários.
Bacellar é investigado por supostamente antecipar detalhes de uma ação da PF contra o ex-parlamentar Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, que é alvo de apurações por ligação com a facção criminosa. Ele e a defesa negam qualquer envolvimento e afirmam que as acusações não se sustentam.
“A contribuição do Senhor Rodrigo Bacellar é imprescindível para que esta Comissão Parlamentar de Inquérito possa construir um diagnóstico fidedigno acerca da ameaça representada pela infiltração econômica do crime organizado e, a partir de informações concretas e qualificadas, avaliar a eficácia das políticas públicas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro atualmente em vigor no país”, diz o requerimento do senador Alessandro Vieira (MDB-SE).
Com a decisão, Rodrigo Bacellar deve deixar a carceragem da Polícia Federal até o final do dia, mas continua obrigado a depor na CPI por ter sido formalmente convocado.
Antes da sessão que anulou a prisão, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj aprovou um projeto que classificava a detenção como inconstitucional. A iniciativa, porém, retirou a possibilidade de o deputado retornar à presidência da Casa neste momento.
“Os fatos narrados pela Polícia Federal são gravíssimos, indicando que RODRIGO DA SILVA BACELLAR estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo estadual, capazes de potencializar o risco de continuidade delitiva e de interferência indevida nas investigações da organização criminosa”, escreveu o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão que autorizou a prisão de Bacellar e que a Gazeta do Povo teve acesso.
Ainda segundo o magistrado, há “fortes indícios” da participação de Bacellar em uma suposta organização criminosa e “caracterizado por sua natureza permanente”. “É patente a necessidade da decretação da prisão em face da conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal, bem como a ordem pública, em razão da probabilidade concreta de reiteração delituosa”, completou o ministro.
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Além de Bacellar, a CPI do Crime Organizado aprovou o convite ao ex-governador Anthony Garotinho, que comandou o estado entre 1999 e 2002 e ainda disputou a presidência da República. Como o convite não tem caráter obrigatório, a ida ao Senado depende de confirmação e sem data definida.
Garotinho também já foi deputado federal entre 2011 e 2015, período em que ampliou a atuação política nacional.








