CPMI do 8/1 aprova convocação de Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI de Lula

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro aprovou nesta terça-feira (20) a convocação do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o general Marco Gonçalves Dias. A convocação veio após pressão da oposição, que teve todos os requerimentos de convocação barrados na sessão do colegiado na semana passada.

Os membros da CPMI também aprovaram um requerimento para ouvir Saulo Moura da Cunha, ex-chefe da Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Secretaria Executiva do GSI. A data para as audiências com ambos ainda não foram definidas, mas devem ficar para o fim do calendário da CPMI.

Para viabilizar a aprovação da convocação de ambos, os governistas aprovaram a convocação do coronel Jean Lauand Júnior. Seu nome surgiu a partir de investigações da Polícia Federal devido a diálogos que teria tido com o tenente Mauro Cid sobre uma suposta tentativa de golpe. Renato Martins, perito que desarmou uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022, também deve depor na CPMI.

Ficou acordado que a CPMI ouvirá depoentes apenas relacionados aos fatos pré-8 de janeiro até a última sessão antes do recesso parlamentar, em 12 de julho.

O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), mandou excluir da votação desta terça os requerimentos de busca de informações de inquéritos de caráter genérico e colocou em votação os que envolvem processos sigilosos, condicionados à liberação do STF. O ministro Alexandre de Moraes acertou com Maia que só faria compartilhamento de documentos em processos com diligências concluídas.

Nesta terça-feira, a CPMI vai ouvir Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Sua convocação foi feita por governistas que querem saber se houve uma operação deliberada da PRF no Nordeste para bloquear o trânsito de eleitores no dia do segundo turno das eleições de 2022.

Governistas tentam tirar Do Val e André Fernandes da CPMI

O deputado Rogério Corrêa (PT-MG), apoiado por 16 parlamentares governistas, pediu a exclusão do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e do deputado André Fernandes (PL-CE) da CPMI. Arthur Maia, porém, negou o requerimento.

O deputado André Fernandes apresentou em sua defesa as falas que Rogério Corrêa e Randolfe Rodrigues usaram para defender a presença de Renan Calheiros (MDB-AL) na CPMI da Covid em 2021, alegando a inviabilidade de mandatos em exercício e “não haver meio-parlamentar”.

Marcos do Val, por sua vez, criticou a operação da PF contra ele na semana passada, dizendo que a ação representa "uma invasão do Legislativo pelo Judiciário". Refutou também as acusações de "crimes improcedentes", como "organização criminosa com menos de três pessoas" e divulgação de "documentos sigilosos já liberados por Moraes ao Congresso".