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Luciane Barbosa Farias
Luciane Barbosa Farias, conhecida como “dama do tráfico” quer ajuda de Lula e Janja para melhorar condições de presos.| Foto: reprodução/Instagram Luciane Barbosa Farias

A mulher conhecida como a “dama do tráfico amazonense” e que desencadeou uma crise dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz que quer sensibilizar o petista por conta das “mazelas” vividas pela população carcerária do país.

Luciane Barbosa Farias, que é esposa de um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas e preside uma ONG em prol dos direitos dos apenados – investigada por ligações com a facção criminosa – se encontrou neste ano com secretários do Ministério da Justiça e teve uma viagem a Brasília bancada pelo dos Direitos Humanos, na semana passada.

Embora não tenha se encontrado diretamente com ministros ou com o presidente, Luciane diz que quer sensibilizar Lula e a primeira-dama, Janja da Silva, para a situação vivida dentro das prisões brasileiras. O caminho para “tocar” o presidente é a lembrança de que ele já “passou pelo sistema”.

“Quero sensibilizar nosso presidente, que passou pelo sistema, a Janja que já visitou [unidades prisionais]. Talvez eles não tenham passado por tantas mazelas, porque o status é diferente. Queria que olhassem para gente, ativistas de direitos humanos, e criassem protocolos para nos proteger”, disse em entrevista ao UOL publicada nesta sexta (17).

Junto do marido, Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, investigações apontam que ela comanda as atividades do Comando Vermelho no Amazonas e foi condenada em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. No entanto, Luciane responde ao processo em liberdade e defende melhorias nas condições do cárcere que beneficiam o marido preso.

Apesar da condenação e dos apontamentos da investigação da Polícia Civil do Amazonas, Luciane afirma que quer que olhem para ela “como a esposa de uma pessoa que errou, mas não como uma criminosa”. Clemilson chegou a ser considerado o “número um” do tráfico amazonense, com uma atuação violenta no estado.

“Me sinto constrangida devido à alcunha que me imputaram nacionalmente”, disse Luciane ressaltando que o processo ainda está em tramitação e que é "inocente" até que "se prove o contrário em todos os graus de recursos".

A “dama do tráfico amazonense” rebateu as acusações da polícia de que a ONG Instituto Liberdade do Amazonas seja financiada pelo Comando Vermelho, dizendo que trabalha “com doações” e que “está disponível lá na conta da instituição, e as pessoas ajudam”. Nesta quinta (16), ela subiu nas redes sociais uma campanha para a arrecadação de dinheiro.

No entanto, documentos encontrados pela Polícia Civil em um celular apreendido mostram depósitos de um homem apontado como contador da facção no estado para a ONG, com o pagamento de despesas de R$ 22,5 mil em fevereiro. Foram R$ 1,5 mil para aluguel de uma casa, R$ 7,2 mil para salários de advogadas e R$ 9 mil de salários de funcionários, além de registros de transferências de R$ 12,5 mil e R$ 10 mil.

“Parece que voltamos à época da inquisição e estou sendo apedrejada no meio da rua, sem defesa. [...] Sou cidadã, sou brasileira, estava na casa do povo. Tenho documento para comprovar que não sou condenada. Vou ter que andar com esses papéis embaixo dos braços”, questionou sobre os processos a que responde e a visita que fez ao Congresso Nacional, onde se reuniu com deputados da base governista como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e André Janones (Avante-MG).

Ainda segundo Luciane, a repercussão das visitas a Brasília vai impactar diretamente na pena do marido, que “agora vai virar perpétua”. Todas as documentações do meu marido são de bons comportamentos. Ele é uma pessoa religiosa, ora muito, se arrepende dos erros do passado”, completou.

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