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Pena antecede Lei que proibiu "saidinhas"

Defesa de Daniel Silveira envia ao STF pedido para “saidinha” na Páscoa

Defesa de Daniel Silveira alegou bom comportamento em pedido de "saidinha" na Páscoa
Defesa de Daniel Silveira alegou bom comportamento em pedido de "saidinha" na Páscoa (Foto: Reprodução/ PTB na Câmara e STF)

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A defesa de Daniel Silveira encaminhou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes um pedido de "saidinha" para que ele possa passar a Páscoa com a família. Segundo os advogados de Silveira, que protocolaram a petição na última sexta-feira (28), o ex-deputado demonstra bom comportamento e, por essa razão, sua saída temporária não representa riscos.

“O requerente não representa risco à ordem pública, pois sempre teve um bom comportamento na vida pública, tendo sido novamente conduzido ao regime semiaberto — frisa-se, por dupla interpretação que levou a um erro de orientação, sem nenhuma culpa, dolo ou desobediência”, argumenta a petição assinada pelo advogado Michael Robert.

Silveira foi condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão em 2022, por crimes de tentativa de impedir, com violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer Poder da União ou dos estados, e por coação no curso do processo. Atualmente, ele cumpre pena no regime semiaberto, na Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé (RJ).

No ano passado, o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que proíbe as "saidinhas". No entanto, a condenação de Daniel Silveira ocorreu antes da entrada em vigor da nova norma e, por esta razão, ele segue tendo direito ao benefício. A defesa do ex-deputado, inclusive, cita esse fato em seu pedido.

“No caso em tela, o apenado já cumpriu o lapso temporal necessário para usufruir da saída temporária. Ainda que tenha havido o advento da Lei 14.843/24, a condenação foi anterior à atualização normativa, portanto, não se aplica ao requerente (...) Nesse diapasão, o apenado objetiva, com a saída temporária, o contato com seus familiares e a sua gradativa ressocialização na sociedade”, diz o pedido.

Silveira já cumpriu três anos da pena imposta pelo STF. Segundo sua defesa, ele não tem faltas disciplinares e mantém conduta adequada, fatores que possibilitam a "saidinha". O pedido ainda não foi analisado por Moraes, pois o caso deve ser encaminhado para parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em dezembro do ano passado, Silveira havia recebido liberdade condicional, mas voltou a ser preso após Moraes alegar que ele descumpriu as regras estabelecidas. A defesa do ex-deputado argumentou que ele foi ao hospital e acabou ultrapassando o horário estabelecido para retornar para casa.

Além da pena de reclusão, Silveira também foi condenado a pagar multa de R$ 192,5 mil e ficou inelegível por oito anos. Em abril de 2022, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu indulto presidencial ao ex-deputado, anulando a pena imposta pelo STF.

No entanto, em 2023, após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir a presidência, o STF anulou o indulto e determinou que o ex-deputado fosse novamente preso, sob o argumento de que a medida era inconstitucional.

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