O Ministério da Saúde anunciou a chegada, neste final de semana, das primeiras 750 mil doses da vacina contra a dengue Qdenga, fornecidas gratuitamente pelo laboratório Takeda. As doses, parte de um total de 1,32 milhão, serão distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e seguirão critérios específicos, priorizando regiões com alta transmissão e a faixa etária de 10 a 14 anos, com maior número de hospitalizações.
A entrega ocorre em um momento crítico de explosão nos casos da doença no início de 2024. Segundo os critérios estabelecidos pelo ministério, as doses serão destinadas a regiões com municípios de grande porte e alta transmissão nos últimos dez anos.
O Brasil enfrenta um surto de dengue, especialmente no Sul do país, onde os casos nas duas primeiras semanas de 2024 registraram um aumento de 958% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O número de diagnósticos na região somou 10.961 casos, abrangendo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O país encerrou 2023 com um recorde de 1.094 mortes por dengue, superando o ano de 2022, que registrou 1.053 óbitos.
A ministra Nísia Trindade, durante participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, ressaltou a necessidade de aumentar a produção da vacina para expandir a imunização a mais faixas etárias. Atualmente, o Brasil possui 5 milhões de doses, suficientes para imunizar 2,5 milhões de pessoas, representando apenas 1,1% da população na faixa etária priorizada, de 6 a 16 anos.
A ministra afirmou que a estratégia de imunização será continuada, mas a disponibilidade limitada de doses é um desafio, não o orçamento. “Já identificamos que 75% da transmissão da doença ocorre dentro das casas ou no entorno das casas, então o controle dos vetores é importantíssimo”, completou.
“Incorporamos essa tecnologia, foi uma decisão pioneira num sistema público, mas o laboratório tem uma disponibilidade limitada de doses”, disse na ocasião.
O início da vacinação está previsto para o próximo mês, mas detalhes sobre as etapas seguintes ainda não foram confirmados. O ministério espera lidar com a demanda crescente da doença e enfrentar o desafio de abranger um número significativo da população vulnerável.
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