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Flávio Dino
Ministro diz que não há informações sobre delação de Ronnie Lessa apontando mandante da morte de Marielle Franco.| Foto: André Borges/EFE

O ainda ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse na noite de terça (23) que a suposta delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa sobre quem seria o mandante da execução de Marielle Franco não passa de especulação.

A justificativa ocorreu horas depois de surgir a informação de que ele teria firmado uma colaboração com a Polícia Federal e apontado o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, por ter ordenado a morte da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes.

Dino disse não ter informações sobre o inquérito policial, já que os delegados que o conduzem “têm autonomia técnica”. Ele ressaltou, no entanto, que “seguramente” não há neste momento um ato processual que confirme a delação premiada de Lessa.

“O que eu creio que há, infelizmente, são especulações. Especulações que, às vezes, são irresponsáveis. Às vezes, são especulações interesseiras de quem quer, de algum modo, embaraçar ou macular o trabalho investigativo. Há uma expectativa geral, mas não há neste momento algo que confirme isso e, ao mesmo tempo, não há prazo”, disse em entrevista à GloboNews.

Um pouco antes da declaração de Dino, a Polícia Federal emitiu uma nota informando que as investigações ainda estão em andamento “há cerca de onze meses” – desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ordenou uma força-tarefa – e que a apuração segue em sigilo sem data prevista para encerramento.

“Até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário. A divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos”, ressaltou a corporação.

A delação homologada até o momento é do ex-policial Élcio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro utilizado no crime. Ele acusou Lessa de executar Marielle e Anderson em 2018.

Apesar de afirmar que não há prazo para concluir a investigação, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, disse no começo do ano que a apuração será concluída ainda neste primeiro trimestre. “Estamos há menos de um à frente dessa investigação, de um crime que aconteceu há cinco anos, mas com a convicção de que, ainda neste primeiro trimestre, a PF dará uma resposta final ao caso Marielle”, disse.

Um mês antes, o Flávio Dino havia anunciado que o crime seria “integralmente resolvido em breve”.

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