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Uma comitiva de diplomatas do Ministério das Relações Exteriores esteve nos Estados Unidos na última semana para discutir a política tarifária de Donald Trump que já tem impactos no Brasil. A delegação, que foi chefiada por Maurício Lyrio, Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty e sherpa dos Brics, passou três dias no país, conforme apurou a Gazeta do Povo.
A visita foi feita com a intenção de tentar buscar soluções para as tarifas já anunciadas pelo governo republicano. Desde o último dia 12, a política tarifária de Trump começou a afetar diretamente o Brasil, que passou a ser impactado pelas taxas de 25% sobre o aço e alumínio exportados para os Estados Unidos.
Este foi o segundo movimento realizado pelo governo brasileiro no sentido de buscar um diálogo com a Casa Branca sobre tais tarifas. No início deste mês de março, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o chanceler Mauro Vieira, tiveram diálogos com o governo americano sobre o tema.
Alckmin e Vieira discutiram as tarifas anunciadas por Donald Trump com o Representante de Comércio dos EUA (USTR), Jamieson Greer. Na ocasião, os representantes concordaram em manter diálogos para encontrar uma saída para as tarifas que impactam os produtores brasileiros. A expectativa do governo Lula é escapar de tais taxas ou buscar novas soluções que reduza o impacto dessas tarifas, como ocorreu já ocorreu no passado.
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Durante o primeiro mandato de Trump, o Brasil reduziu tarifas de importação para alguns produtos americanos. A medida foi parte dos acordos celebrados com o governo do então presidente brasileiro Michel Temer (MDB) para evitar represálias comerciais do republicano. Entre os produtos que tiveram mudanças nas alíquotas, o etanol americano foi um dos principais focos previstos no acordo.
Nos recentes diálogos que o Brasil tem buscado com os americanos, diplomatas e membros do governo tentam ressaltar o comércio superavitário que os Estados Unidos possui com o Brasil. Tal discurso é uma das apostas da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar encontrar uma forma de negociação com os americanos.
Com relações diplomáticas históricas, os Estados Unidos é o segundo parceiro comercial do Brasil no mundo, ficando atrás apenas da China. Em 2024, a balança comercial dos dois país (somando importação e exportação) fechou em mais de US$ 6,6 bilhões. A balança contudo, foi deficitária para o Brasil em US$ 230 milhões, indicando que houve mais importações do que exportações ao longo do ano.
Conforme apurou a reportagem com membros do governo, os diálogos devem ser mantidos nas próximas semanas mas na via diplomática. Desde que Donald Trump foi reeleito, ainda não houve um contato oficial entre Lula e o líder norte-americano e nem mesmo entre os chefes de chancelaria dos dois países.







