
Ouça este conteúdo
Eduardo Bolsonaro criticou a possibilidade de o governo brasileiro negociar recursos estratégicos do país em tratativas com os Estados Unidos para retirar o ministro Alexandre de Moraes e a esposa dele, Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados pela Lei Magnitsky. Ele fez a declaração em entrevista ao canal SBT News, neste sábado (20).
O ex-parlamentar citou a concessão de terras raras para exploração por empresas norte-americanas e o fim da censura nas redes sociais. Ele também apontou a colaboração do Brasil no combate ao crime organizado e o encerramento da cooperação com a China no setor de satélites. Segundo Eduardo, essa mudança beneficiaria o empresário Elon Musk.
Eduardo afirmou que o país não deve negociar riquezas naturais em troca do fim de uma sanção individual contra um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Se vocês fossem presidentes, entregariam aquilo que temos de mais precioso, em termos de recursos naturais, em troca de uma sanção individual contra uma pessoa?”, perguntou. “Não me surpreenderia, mas ficaria enojado se isso tivesse sido feito.”
Ex-deputado diz que senadores e entidades empresariais pressionaram os EUA
Segundo Eduardo, a decisão norte-americana não ocorreu de forma isolada. Ele afirmou que grupos políticos e econômicos brasileiros pressionaram o governo dos Estados Unidos.
O ex-deputado citou senadores e representantes de instituições financeiras e industriais. Entre eles, mencionou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que, segundo ele, atuaram junto ao Departamento de Estado norte-americano.
Ao comentar sua atuação nos Estados Unidos, Eduardo negou a prática de lobby por tarifas alfandegárias contra o Brasil. Ele afirmou que esse tipo de ação exige credenciamento formal. “O que ocorreu foram reuniões parlamentares e contatos com autoridades”, disse.
Questionado sobre um possível afastamento de Donald Trump da direita brasileira e da família Bolsonaro, Eduardo negou. “Tentam criar essa narrativa”, afirmou. Ele citou uma carta do governo norte-americano que justificava tarifas ao Brasil e mencionava perseguição contra Jair Bolsonaro e aliados.
Eduardo Bolsonaro diz temer prisão ao voltar ao Brasil
Além do tema internacional, Eduardo atribuiu a perda do mandato a pressões do STF. Ele afirmou sofrer perseguição política.
“Em bom português, Hugo Motta está sendo ameaçado por Alexandre de Moraes”, disse, ao comentar a decisão da Mesa Diretora da Câmara.
Segundo Eduardo, Hugo Motta mudou de posicionamento após uma operação da Polícia Federal (PF) na Prefeitura de Patos, na Paraíba. Nabor Wanderley Filho, pai do presidente da Câmara, administra o município. A Justiça apura suspeitas de fraude em licitações e superfaturamento de obras públicas na cidade.
Eduardo também comentou a possibilidade de prisão caso retorne ao Brasil.
“Alguém duvida de que, se eu retornar ao Brasil, serei preso por qualquer acusação que eles inventem?”, questionou Eduardo.




