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Sanções de Trump

Eduardo Bolsonaro diz que trabalha por novas sanções ao Brasil: “100% de vitória ou 100% de derrota”

Eduardo Bolsonaro
Deputado federal diz que segue conversando com autoridades dos EUA para aplicar mais sanções ao Brasil após prisão de Bolsonaro. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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Novas sanções ao Brasil podem estar no radar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ou do secretário de Estado Marco Rubio, de acordo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar brasileiro está no país norte-americano desde março mantendo diálogos com autoridades norte-americanas para aplicar medidas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela condução do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Eduardo Bolsonaro afirmou que a prisão domiciliar de Bolsonaro decretada na última segunda (4) pode levar a novas sanções contra o Brasil, inclusive aos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se não pautarem a anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e o impeachment de Moraes, respectivamente.

“Trabalho sim, neste sentido. Estou levando a prisão ao conhecimento das autoridades americanas e a gente espera que haja uma reação. Não é da tradição do governo Trump receber essa dobrada de aposta do Alexandre de Moraes e nada fazer”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta quarta (6).

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Um pouco mais cedo, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, citou notícias publicadas na mídia sobre uma suposta ameaça de Eduardo Bolsonaro a Motta e Alcolumbre, e que isso realmente preocupa o governo. Ele ainda cobrou governadores e empresários a reagirem à oposição que ele classifica como “extrema direita”.

“Uma vez que não é pautado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado, uma vez que o presidente da Câmara não pauta uma anistia, eles estão entrando no radar das autoridades americanas. As pessoas que estão em posição de poder têm responsabilidades e estão sendo observadas pelas autoridades americanas”, pontuou Eduardo Bolsonaro.

Os dois pedidos fazem parte de um "pacote da paz" proposto por parlamentares da oposição nesta terça (5) como o único meio de se pacificar o país. Eles, inclusive, barraram a retomada das sessões nas duas casas do Congresso após o recesso de meio de ano e cobraram reuniões com Motta e Alcolumbre para colocarem os temas em votação.

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O parlamentar afirmou que parará de conversar sobre sanções ao Brasil com autoridades norte-americanas somente após “tirar Moraes dessa equação, anular ele, isolá-lo”, e que isso passa pela aprovação de uma anistia “que alcance todos os perseguidos” pelo magistrado. Para ele, somente isso pode permitir uma “boa mesa de negociação” para reduzir o tarifaço imposto pelos Estados Unidos e que há espaço de negociação com o STF.

Eduardo Bolsonaro afirmou, ainda, que sabe que pode ser preso se decidir retornar ao Brasil, e que, se não alcançar seus objetivos, morará nos Estados Unidos por “décadas em exílio” junto da família.

“Os meus planos aqui são: ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio. É o que eu estou assumindo, estou aceitando esse risco, porque eu acho que vale a pena”, pontuou.

Ele ainda afirmou, na entrevista, que enviará um ofício a Motta relatando a impossibilidade de retornar ao Brasil “devido a uma clara perseguição” e que apresentará os argumentos necessários para manter o mandato de deputado federal.

Eduardo Bolsonaro pontuou também que não renunciará ao cargo e que existe margem para que seja acatada a sugestão de mudança do regimento interno da Câmara para permitir que possa participar remotamente de votações.

Por outro lado, disse que vai à Casa Branca toda semana e que tem uma fácil interlocução com parlamentares como María Elvira Salazar, Richard McCormick e Chris Smith, e ainda com Steve Bannon, conselheiro sênior de Trump.

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