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Lula
Coletivo Judeus pela Democracia criticou fala de Lula que comparou reação israelense ao Hamas com o Holocausto.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

A associação Judeus pela Democracia criticou a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), neste fim de semana, que comparou a reação do exército de Israel ao Hamas com o Holocausto. A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva na Etiópia e provocou reação entre entidades da comunidade judaica, oposição e do governo israelense, que declarou Lula como uma “persona non grata” nesta segunda (19).

A associação apoiou a chapa Lula e Geraldo Alckmin (PSB) no segundo turno da eleição presidencial de 2022, quando lançou um “manifesto do coletivo judaico-LGBTQIA+” a favor do petista. No entanto, após a fala deste final de semana, mudou de posição e criticou o presidente, classificando-a como “vergonha histórica sob todos os pontos de vista”.

“Apoiamos Lula contra [Jair] Bolsonaro justamente porque acreditamos que Lula, por seu histórico humanista, defenderia todas as minorias. Dentre essas minorias estão os judeus. Nos últimos meses figuras importantes do partido do presidente já haviam dado declarações antissemitas, como Gleisi [Hoffmann] e [José] Genoíno. Esperávamos de Lula que silenciasse essas vozes, e não as reforçasse ao dizer que os judeus de hoje são os nazistas do passado. Dessa forma, Lula escancara portas ao antissemitismo”, declarou a entidade (veja na íntegra).

Nessa mudança de discurso, a entidade diz que Lula desrespeita a “memória de milhões de pessoas que pereceram sob a mão dos nazistas” ao comparar “judeus a seus maiores algozes”, e afirma que a guerra de hoje “não é remotamente parecida com o Holocausto”.

“Se números de mortes civis for a régua de comparação, Lula ignora oprimidos e dizimados ao longo da história para banalizar a morte premeditada em escala industrial de milhões e comparar judeus aos seus algozes”, pontuou.

Para a entidade, se Lula leva este quesito como “régua de comparação”, ele “ignora massacres que aconteceram e seguem acontecendo na África, continente onde está [estava]”, ressaltando conflitos como no Sudão, Sudão do Sul, Nigéria, Ruanda, além de fora das fronteiras africanas, como Rússia, Iêmen, Azerbaijão, entre outros.

Apesar da crítica, o coletivo Judeus pela Democracia reconhece que há uma “tragédia humanitária” em Gaza que necessita de um cessar-fogo urgente com a libertação dos reféns.

Na época do apoio à chapa Lula-Alckmin, a associação chegou a afirmar que Bolsonaro chegou a utilizar “as mesmas narrativas” “com termos semelhantes pelo nazistas para se referir a pessoas judias”.

“1. ele NÃO apoia a comunidade judaica e 2. a comunidade judaica NÃO o apoia”, ressaltou na época.

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