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Caso Banco Master

Escritório da esposa de Moraes tinha contrato de R$ 129 milhões com o Banco Master

Alexandre de Moraes
Banqueiro Daniel Vorcaro determinou prioridade no pagamento a Viviane Barci de Moraes para consultoria jurídica. (Foto: Antônio Augusto/STF)

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O escritório de advocacia da esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tinha um contrato com o Banco Master que previa o pagamento de R$ 129 milhões em três anos, de acordo com uma das provas apreendidas pela Polícia Federal durante a operação Compliance Zero, no mês passado.

O contrato citava a prestação de serviços de assessoria e consultoria jurídica prestados por Viviane Barci de Moraes com o pagamento com prioridade de mensalidades de R$ 3,6 milhões a partir do início de 2024, segundo revelou o jornal O Globo nesta terça (9) e confirmado à Gazeta do Povo por fontes a par da investigação. O valor efetivamente pago, no entanto, é desconhecido pela Polícia Federal.

A reportagem procurou o escritório de Viviane Barci de Moraes, o Banco Master e o gabinete de Moraes no STF e aguarda retorno.

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A operação Compliance Zero foi deflagrada após a investigação apontar uma fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master com o Banco de Brasília (BRB) na venda de carteiras de crédito sem lastro financeiro com a anuência do então presidente da instituição estatal, Paulo Henrique Costa, que foi afastado do cargo. O banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Master, foi preso durante a ação e solto na semana passada.

Neste meio tempo, o ministro Dias Toffoli decretou sigilo absoluto e restringiu o acesso aos autos da investigação.

Segundo a apuração desta terça (9), o contrato do Banco Master com o escritório de Viviane Barci de Moraes foi encontrado no telefone celular de Vorcaro, com detalhes sobre a remuneração e a amplitude dos serviços jurídicos prestados por ela.

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O contrato não especificava processos ou causas, apenas estabelecia que o escritório deveria representar o Banco Master “onde for necessário” sempre que solicitado. Caso tivesse sido cumprido integralmente, o acordo renderia R$ 129 milhões ao escritório Barci de Moraes, valor que não se confirmou já que o banco entrou em liquidação extrajudicial pelo Banco Central.

Apesar disso, mensagens internas mostram que o pagamento ao escritório da esposa do ministro era tratado como prioridade absoluta dentro do banco. Vorcaro orientava sua equipe de forma categórica, afirmando que os repasses “não podiam deixar de ser feitos em hipótese alguma”.

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