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A ex-deputada federal Manuela D'ávila afirmou que a "esquerda está isolada" ao concordar com a declaração do ex-prefeito de Araraquara Edinho Siva de que os partidos da esquerda estão com "dificuldade de mobilização". A declaração foi dada à Folha de S. Paulo e publicada nesta sexta-feira (4).
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De acordo com Manuela, a dificuldade da esquerda está relacionada ao fato da "extrema direita ter aglutinado setores sociais" e ao ambiente digital.
"As redes são o principal espaço de debate social e não são intermediadas de forma transparente e neutra, mas sim por algoritmos que reproduzem conceitos mais próximos à extrema direita, que apresenta soluções mentirosas, mas simples. Não há uma resposta única para um problema tão complexo e que se confunde não só com a capacidade de mobilização da esquerda, mas com a própria defesa da democracia", declarou.
Manuela ainda disse que "a extrema direita, com muita mentira, cria personagens, como quando o [Jair] Bolsonaro pega o pão dele e coloca leite condensado". "Mesmo que ele seja acusado de roubar joias do patrimônio público e vender, ele não aparece ao lado de um garçom servindo vinho tinto e filé. Isso passa a ideia de maior proximidade e identidade. A gente tem que entender a dimensão do desgaste do nosso sistema político e as brechas que a extrema direita ocupa", completou.
Saida do PCdoB e disputa política
Sobre a saída do PCdoB, no ano passado, a ex-deputada disse que "discordava da federação com o PT". "Acho que o PT, enquanto um partido muito grande, tiraria a autonomia do PC do B, que é um partido menor. A frente ampla é imprescindível, mas um partido de esquerda deve cumprir o papel de ser a esquerda", afirmou ressaltando que não saiu do partido para disputar a eleição por outro.
Manuela também negou a vontade de disputar um cargo nas eleições de 2026, mas não descartou se for convidada por algum partido. "Sou o nome da esquerda que melhor pontua nas pesquisas para o Senado aqui no Rio Grande do Sul. As pessoas do meu campo político conversam comigo sobre essa possibilidade. Já não tenho mandato há seis anos, não estou pensando em me filiar a um partido apenas para concorrer à eleição. Até posso disputar, mas não são escolhas concatenadas", disse.
Ao deixar a carreira política de lado, Manuela decidiu investir numa empresa de consultoria de comunicação para candidatos. Mas nas eleições do último ano, apenas dois - dos sete clientes no total - conseguirem se eleger no pleito municipal. No total, a D'Ávila & Schaidhauer Consultoria em Comunicação Ltda. recebeu o montante de R$ 1,03 milhão na campanha de 2024. Os dados foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ela prestou serviço para três candidatos a prefeito: Guilherme Boulos (Psol), em São Paulo; Natália Bonavides (PT), em Natal (RN); e Taliria Petrone (Psol), em Niterói (RJ). Boulos e Bonavides chegaram ao segundo turno, mas foram derrotados.
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