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Investigação da PF

Exonerado da Abin, Moretti diz que foi ele quem determinou investigação de espionagem

Alessandro Moretti
Alessandro Moretti foi exonerado pelo presidente Lula após ser citado em inquérito da PF que investiga espionagem ilegal. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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O agora ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti, disse nesta quarta (31) que foi ele quem determinou a investigação do suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades pelo órgão. O caso está em apuração pela Polícia Federal e levou a duas operações contra o ex-diretor-geral Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Em uma nota enviada à imprensa um dia depois de ser exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Moretti afirmou que determinou a investigação do suposto esquema quando ocupou o cargo de diretor-geral em exercício da agência, no começo do ano passado, em que determinou uma apuração interna sobre o uso da ferramenta, resultando na instauração de uma sindicância investigativa pela Corregedoria-Geral.

“Todo o material probatório coletado e produzido pela Abin foi compartilhado com a Polícia Federal, que também teve atendidas todas suas solicitações à agência. Por esta razão, grande parte do material que instrui o inquérito da PF é fruto da apuração conduzida com total independência na Abin”, afirmou.

Moretti ressaltou a independência da apuração conduzida internamente na Abin, que enfrentou uma fase de transição ao passar para a estrutura da Casa Civil da Presidência da República, deixando de ser subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

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O ex-diretor-adjunto enfatizou as medidas adotadas pela atual gestão para modernizar a agência e garantir uma “apuração ampla e independente”. Moretti reforçou a necessidade constante de fortalecimento da Abin como instituição de Estado.

Moretti foi demitido da agência por Lula após a investigação da Polícia Federal citá-lo nominalmente no inquérito ao participar de uma reunião que teria tido o objetivo de atrasar a apuração do suposto esquema.

“As declarações do então Diretor da ABIN – Alessandro Moretti – em reunião com os investigados no sentido de dizer que a presente investigação, em curso sob a relatoria do Exmo. Ministro Relator, teria 'fundo político e iria passar' não é postura esperada de Delegado de Polícia Federal que, até dezembro de 2022, ocupava a função de Diretor de Inteligência da Polícia Federal cuja essa unidade – Divisão de Operações de Inteligência – lhe era subordinada”, escreveu a PF no inquérito.

A continuidade de Moretti no cargo começou a se tornar insustentável a ponto de Lula chama-lo de “cidadão que está sendo acusado que mantinha relação com o Ramagem”, durante uma entrevista na manhã de terça (30). Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi diretor-geral da Abin, com quem Moretti teria ligação.

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