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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse que ficou triste com a declaração recente em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a culpou pela derrota na eleição de 2022 e que a fala representa “um peso muito grande” para ser carregado.
“Para mim o Bolsonaro perdeu por outro motivo e não pela situação da arma. Essa declaração do Bolsonaro me deixou bastante entristecida, é um peso muito grande para uma pessoa carregar. Ainda mais para uma pessoa como eu que sou patriota”, afirmou Zambelli em entrevista à CNN Brasil, nesta quinta-feira (27).
“Um dia Bolsonaro vai perceber que o que aconteceu comigo não foi o que tomou a eleição dele. Ele está num momento difícil, e em momentos difíceis, é normal que a pessoa tenha falas mais extremadas”, completou a parlamentar.
Na véspera do segundo turno em 2022, Zambelli foi cercada por três homens apoiadores do presidente Lula (PT). Na ocasião, a deputada foi xingada e agredida na frente do filho de 14 anos. A parlamentar acionou a polícia, mas os homens conseguiram deixar o local. Zambelli perseguiu um deles com arma em punho e o episódio viralizou nas redes sociais. O caso aconteceu no bairro Jardins, em São Paulo.
Para Bolsonaro, as ações de Zambelli fizeram com que os eleitores o associassem à defesa do porte de armas de forma negativa.
Questionada sobre o relacionamento com Bolsonaro, a deputada disse que mantém o apoio ao ex-presidente, mas não deve procurá-lo.
“Ele tem o meu telefone, se ele achar que deve me ligar, ele me liga", afirmou Zambelli.
Cassação
Nesta terça-feira (25), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) manteve, por unanimidade, a cassação de Zambelli por uso indevido dos meios de comunicação e a prática de abuso de poder político.
A parlamentar foi declarada inelegível por 8 anos a partir da eleição de 2022, mas ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condená-la a 5 anos e 3 meses de prisão e a perda do mandato na caso da perseguição armada. O julgamento havia sido interrompido por um pedido de vista do ministro Nunes Marques.
No entanto, os ministros Cristiano Zanin e Dias Toffoli adiantaram seus votos e acompanharam o relator, Gilmar Mendes, que defendeu a condenação da parlamentar. Até o momento, o placar é de 6 a 0. Também seguiram o entendimento do relator Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
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