Os ministérios da Justiça e da Defesa decidiram antecipar para o dia 6 de abril o fechamento do espaço aéreo sobre a Terra Yanomami em Roraima, que foi liberado no começo do mês para a saída de garimpeiros. A decisão foi tomada em uma reunião nesta quinta (23) com os ministros Flávio Dino e José Múcio Monteiro.
O fechamento vai ocorrer um mês antes do previsto inicialmente, e terá, na sequência, novas operações para combater o garimpo ilegal na região. A decisão foi tomada horas depois da base federal na aldeia Palimiú ter sido atacada a tiros durante a madrugada.
“Identificamos áreas onde há apoio a essas operações ilegais, e esses serão alvos de operações nos próximos dias, de modo que nós estamos atualizando o planejamento. O que estamos afirmando é que Defesa e Justiça, em conjunto, vão ampliar essas ações agora em março e, com certeza, até essa data programada [6 de abril] nós teremos o fim dessa atividade ilegal”, afirmou o ministro Flávio Dino.
De acordo com ele, ainda ocorrem voos ilegais na região – de 30 para cerca de dois por dia. A quantidade de garimpeiros também diminuiu de 15 mil estimados para menos de mil.
Segundo o Ministério da Justiça, além de desestruturar os garimpos, operações prenderam pessoas envolvidas em empresas clandestinas, identificaram mais criminosos e avançaram no mapeamento sobre o destino do ouro ilegal, o que deve ser ampliado na próxima etapa.
“A fase um, que era a fase de persuasão, foi cumprida, nós demos um tempo. Como há ainda duas ou três áreas em que as pessoas estão insistindo, nós vamos, nesta nova fase, fechar o tráfego aéreo e efetuar prisões e apreensões”, ressaltou Dino. Pelo menos 11 toneladas de cassiterita, 37 balsas, duas aeronaves, uma embarcação, cinco motores e três barracas já foram apreendidos pela Operação Yanomami.
Também foram encontrados duas máquinas de extração de cassiterita, quatro embarcações, oito motores, 1,1 mil litros de gasolina, meia tonelada de alimentos e itens como celulares, baterias e motosserra.
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