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As Forças Armadas sofreram muitas críticas nas redes sociais relacionadas ao socorro à população atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Entre as acusações estavam supostos impedimentos da entrada de caminhões, negação de socorro e indisponibilidade de helicópteros. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, o comandante das ações de resgate, general Hertz Pires do Nascimento, fez esclarecimentos sobre o que ocorreu nos primeiros dias das operações.

Ele afirmou serem mentirosas versões como as de que caminhões com ajuda humanitária foram impedidos de entrar no estado por falta de documentação ou que militares impediram condutores de embarcações de atuar nos resgates por falta de habilitação. Segundo o general, muitas das alegações falsas foram feitas por "heróis do WhatsApp, que ficam no conforto, mas não molharam o dedo do pé para poder ajudar ninguém".

Por outro lado, o comandante disse que realmente não foi possível chegar a algumas localidades de helicóptero e resgates foram cancelados para evitar quedas de aeronaves, que poderiam resultar em mortes de tripulantes e resgatados. Segundo ele, nesses casos o socorro chegou por caminhão ou barco.

Até agora foram resgatadas cerca de 5.700 pessoas por helicópteros, 7.900 por embarcações e mais de 38 mil em caminhões, blindados e automóveis, em 414 municípios, segundo dados recentes da operação. Mais de 10 toneladas de refeições foram distribuídas e, segundo o general, o trabalho de logística de donativos só está começando. A perspectiva é de que as águas ainda demorem semanas para baixar totalmente.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista do general de exército Hertz Pires do Nascimento, comandante militar do sul, membro do Alto Comando do Exército e comandante do Comando Conjunto da Operação Taquari II, a ação de socorro às vítimas das cheias no Rio Grande do Sul. Ou veja o vídeo da entrevista na íntegra.

Gazeta do Povo - Muitas críticas foram feitas nas redes sociais à atuação das Forças Armadas nessas enchentes que estão acontecendo no Rio Grande do Sul. Muitas delas, como por exemplo, que os militares não haveriam enviado helicópteros, que não teriam evacuado pessoas de hospitais ou que teriam até impedido de chegar ajuda humanitária no Rio Grande do Sul... Essas críticas têm fundamento?

General Hertz - Muito obrigado à Gazeta do Povo, obrigado à imprensa como um todo que tem nos ajudado exatamente a rebater essas acusações que são falsas. Diante do cenário de crise tem alguém querendo aproveitar. A maior resposta a isso tudo está no reconhecimento da população do Rio Grande do Sul. Isso é um trabalho conjunto é um trabalho interagências em que não existe protagonista, não existe uma peça principal desse tamanho. Nós estamos trabalhando com todos, eu não posso deixar de ressaltar o trabalho, por exemplo, da nossa Secretaria de Saúde. Eu não posso deixar de destacar todo o apoio que nós temos recebido.

Isso [acusações em redes sociais] é muito negativo para a nossa tropa que está se esforçando na ponta da linha, se dedicando com água no pescoço, que vem trabalhando 24 horas por dia. Às vezes quando o militar consegue um tempo de descanso é muito pouco, está molhado, está passando frio, está na chuva, mas não está deixando de cumprir a sua missão. Então é uma inverdade, uma covardia fazer isso com quem está trabalhando.

Eu costumo dizer que [quem espalha as notícias falsas] são "heróis do WhatsApp", que ficam no conforto, mas não molharam o dedo do pé para poder ajudar ninguém. Então essa é a minha percepção. Eu estou muito tranquilo com relação a isso porque eu não tenho nenhuma mídia social e isso me dá uma tranquilidade muito grande. Às vezes as pessoas chegam e falam 'general vamos debater' [nas mídias sociais]. Se depender deles nós não vamos fazer mais nada. Eu não estou preocupado. O que eu estou falando é: saia da minha frente que eu quero trabalhar para cumprir a nossa missão. Essa é a minha posição.

Barqueiros não foram barrados e caminhões não andam vazios, segundo comandante

General Hertz -As imagens desta catástrofe são emblemáticas. Talvez ainda não houve um evento de tamanho e magnitude no país como este. As imagens de resgate da nossa da população que está sofrendo... Eu passo o dia inteiro conversando com você sobre os exemplos que nós vivenciamos aqui. Eu acho que só isso é uma resposta a esses que estão dizendo: 'Eles não estão fazendo nada, os caminhões estão andando vazios. Estão impedindo os barcos de entrar na água'. Isso é tudo mentira. Muito pelo contrário, nós agradecemos àqueles que estão com seus barcos na água nos ajudando, porque são voluntários e estão fazendo um excelente trabalho.

Nesta fase da operação inclusive há aqueles que se recusaram a sair de suas residências no primeiro momento de socorro. Eles agora estão vendo que a água não baixou e já estão ilhados há três ou quatro dias. Eles estão em segurança, porém com falta de recursos, seja alimentação, seja luz e seja água potável. Agora eles estão decidindo abandonar suas casas e esses voluntários estão fazendo um trabalho excepcional que estamos ajudando. À eles [dedico] o nosso agradecimento e reconhecimento.

Àqueles que estão colocando fake news, forte abraço para eles, não estão me preocupando e vamos seguir em frente para cumprir a nossa missão.

Ataques em redes sociais podem estar relacionados a descontentamento político

Gazeta do Povo - Nós conversamos com alguns militares e policiais que estão dando o sangue para salvar essas pessoas no Rio Grande do Sul e eles se sentem desestimulados com uma série de notícias falsas que estão sendo veiculadas. Eles atribuem isso a pessoas que têm problemas políticos com o Exército, que acharam que o Exército deveria ter protagonizado em 2022 uma intervenção militar na política. Muita gente estaria agora tentando se vingar do Exército. Como o senhor vê essa questão?

General Hertz - Eu nesse assunto não discuto porque o meu trabalho é técnico. Como eu não tenho mídias sociais, eu não fico ouvindo isso aí, mas às vezes as pessoas comentam. A minha resposta é comum: Eu não estou preocupado com a opinião deles, o nosso trabalho não é para agradar, o nosso trabalho é para salvar vidas (...) O nosso foco agora está em fazer chegar a comida, fazer chegar a água potável nesses locais isolados. Inclusive tem locais que não podemos acessar pela distância, pelo custo e pela quantidade de carga que vamos levar numa aeronave. Vamos fazer o lançamento aéreo com aeronaves de asa fixa para poder fazer chegar esse suprimento. É uma manobra logística como tem sido feita, por exemplo, lá na Amazônia. Nós vamos repetir esse movimento aqui. Então o que não falta é o esforço coordenado. Os nossos policiais estão trabalhando e passando pelas mesmas dificuldades (...) Então o que eu peço aos meus subordinados é que não se prendam a isso. As conquistas são muito maiores do que essas percepções negativas que querem plantar na nossa sociedade.

Helicópteros tiveram voos cancelados para evitar perdas de vidas de tripulantes

Gazeta do Povo - Para a gente esclarecer alguns pontos general: Por exemplo, o prefeito de Canoas [ Jairo Jorge, do PSD] falou que se o Exército tivesse mandado socorro, ele teria salvado nove pacientes em uma UTI. Depois teve que vir a público para desmentir e falar que não era bem assim. Teve um prefeito em Bento Gonçalves [Diogo Segabinazzi, do PSDB] que falou que os helicópteros do Exército só voam se tiver dia ensolarado. E outras pessoas falaram que os empresários têm mais helicópteros do que as Forças Armadas. Como que a gente pode esclarecer essas situações para a população?

General Hertz - Bom, primeiro com relação a esse prefeito, eu acho que você mesmo já colocou a resposta dele. Na sequência ele se diz vítima de fake news. Então esse assunto aí para mim já está esgotado. Sobre o segundo prefeito, de Bento, as pessoas têm que entender que nós passamos os primeiros dias sob o evento de chuva, de tempo muito ruim e a aeronave helicóptero, ela tem restrições técnicas em determinados momentos para voar. Mas alguém vai perguntar: mas por que fulano voou e o outro não voou? O exemplo que eu dou é o seguinte, eu estava em Santa Maria. Fiquei preso durante dois dias sem conseguir retornar para Porto Alegre por causa das chuvas. Em determinado momento pousou um avião de uma companhia aérea. Em horário muito próximo tinha um outro avião para chegar e o voo foi cancelado. Por que o voo foi cancelado? Porque naquele momento a determinada empresa entendeu que havia uma janela de oportunidade e conseguiria operar. O tempo permitiria fazer isso com segurança. Em outro momento o piloto entendeu que não, dessa vez não dá para ir. É a própria personalidade técnica da tripulação.

Então eu coloco o seguinte: depois que uma aeronave decola em um tempo desses, fica muito difícil de voltar e não pode ter arrependimento. Nós estamos lidando com vidas ali dentro. Temos que entender que cada tripulação tem uma família. E são profissionais experimentados, experientes, que trabalham em operações. Se o comandante disser: eu não tenho como chegar. Ponto. Ele é o comandante da aeronave e isso é baseado em parâmetros de tempo e em parâmetros de segurança (...) Eu não quero que uma tragédia acabe gerando uma outra tragédia. Por enquanto nós estamos trabalhando com muita segurança e tem dado certo.

Eu acredito que o fato de nós não termos conseguido chegar a Bento foi porque nós não conseguimos chegar a Bento. Não foi porque alguém deixou de cumprir uma ordem. Hoje eu estou com 40 aeronaves. No primeiro dia eu estava com quatro aeronaves. Então isso tem que ser levado em consideração (...) Nós tínhamos aeronaves muito pequenas, com restrição de voo em períodos noturnos. Então tudo isso tem que ser levado em consideração. O que estava à disposição naquele momento quando estourou a crise, nós colocamos para voar e realizar os primeiros eventos de resgate. E o que não foi possível [resgatar de helicóptero] nós cerramos [colocamos] caminhões para resgatar as pessoas. Muitos casos [de resgates] ocorreram porque as pessoas se recusaram a deixar suas casas apesar do alerta que foi colocado pelo governo do estado. O governador vinha colocando alertas. E quando ele [morador] não deixa [sua casa] e o fato [enchente] acontece, gera uma demanda logística muito forte para as forças de resgate.

Então eu entendo perfeitamente o desespero dos prefeitos. Agora, o prefeito não pode ofender nenhuma instituição em nome de se defender daquilo que nem ele mesmo conseguiu fazer ao longo do mandato dele (...) Nós continuamos trabalhando e eu posso assegurar que se não foi feito é porque realmente não tinha condições de ser feito.

Operação passa da fase de resgates para etapa de controle de danos

Gazeta do Povo - Gostaria de perguntar ao senhor quais serão as próximas linhas de ação do Comando Conjunto.

General Hertz - Nós estamos trabalhando. A primeira fase foi salvar vidas, conter os danos e trabalhar em cima dos resgates. A segunda fase é a que nós já estamos vivendo, é a do controle de danos. O que que significa controle de danos? O que a gente pode trabalhar de forma emergencial para ajudar os município e o estado. Nós recebemos demandas diversas. Por exemplo, na segunda-feira nós transportamos uma bomba aquática para fazer chegar água [potável] no município de Canoas em uma de nossas aeronaves. Agora mesmo, o prefeito pediu o transporte de um gerador muito grande para fazer girar uma das bombas de sucção para conseguir restabelecer totalmente a rede de de água para distribuição às residências. Nós estamos fazendo chegar aos hospitais sangue.

Nós tivemos um evento muito emblemático. Esse evento foi a chegada de uma medula óssea para transplante no hospital aqui, no Hospital das Clínicas, ela veio do Canadá. Então foi uma logística montada para que quando chegasse no Brasil ela chegasse mais rapidamente aqui em Porto Alegre. Após bater no aeroporto internacional, não sei se foi de Guarulhos [em São Paulo] ou o Galeão [no Rio], ela foi para Santa Catarina. A polícia de Santa Catarina, por meio de sua aviação de Águia Sete trouxe aqui para base de Canoas. Resgatamos essa equipe, trouxemos aqui para o Comando Conjunto e entregamos para a equipe médica que iria executar o transporte no Hospital das Clínicas. Então esse é um dos exemplos que nós chamamos de controle de danos.

Na terça-feira (7) mesmo eu recebi um telefonema da Santa Casa, de um de seus diretores colocando a problemática da falta de energia. Nós estávamos empregando geradores, mas os geradores não eram capazes de suportar a demanda de carga de energia elétrica para a utilização de equipamentos das cirurgias mais complexas. Em contato com a companhia elétrica, foi feita uma outra manobra e o problema estava solucionado. Instalamos um hospital veterinário. Recebemos demandas para transportar animais, cem cavalos que tivemos que resgatar do Jockey Clube para que não morressem afogados.

São demandas impressionantes. Um exemplo: a necessidade de liberar um caminhão que estava preso na fronteira com Uruguai, porque uma empresa de entrega de gases hospitalares, na emergência, solicitou o apoio da sua subsidiária no Uruguai. Só que, quando chegou na fronteira, [o caminhão] não tinha nem documento para passar. Tivemos que acionar nossa cadeia e liberar a viatura para entrar. Existe uma boa vontade muito grande na solução desses problemas pontuais por meio da integração de todos.

Desde o início eu estive muito preocupado em reconectar o estado. Então em reuniões com a equipe do governador e com a equipe técnica do nosso Quarto Grupamento de Engenharia, nós iniciamos o trabalho de começar a discutir o que eu tenho e o que eu posso colocar à disposição para reconectar os pontos principais das vias internas do estado do Rio Grande do Sul. Já temos duas pontes [móveis] para serem lançadas, uma na região de Lajeado e a outra na região de Santa Maria. Nós vamos acelerar a conexão, por exemplo, de Santa Maria com Santa Cruz do Sul.

Então, enfim, são demandas que vão surgindo e já estamos trabalhando na limpeza das cidades. Esse é um trabalho lento, demorado que vai exigir muito maquinário, muitos equipamentos. A ajuda do empresariado tem sido significativa e certamente nós vamos contar com máquinas para também ajudar nesse processo. E naturalmente quando o estado estiver funcionando e entendendo que as agências já estão a contento, conseguindo cumprir o seu papel, nós vamos começar a reduzir os nossos efetivos. Mas nós só sairemos daqui quando entendermos que tudo está muito bem equacionado.

Influenciadores disseram que caminhões com ajuda foram barrados

Gazeta do Povo - O senhor mencionou a movimentação de equipamentos para dentro do estado. O senhor viu algumas alegações de que caminhões estariam sendo impedidos de entrar por falta de documentação? O que é verdade e o que é mentira nessa história?

General Hertz - Isso é totalmente mentira. Inclusive eu tenho até a portaria nacional com relação a isso aí. Isso é para dificultar o nosso trabalho aqui, mas quando esses assuntos apareciam rapidamente nós íamos rebatendo. Todo mundo dizendo 'isso é mentira', rebatendo lá esses divulgadores de fake fews e eles acabavam caindo, que a gente chama [no jargão militar] 'caindo pela manobra'. Olha, sinceramente, eu sinto pelo meu soldado. Mas como eu disse, eu não tenho mídias. A juventude sim. Meu filho e minha filha dizem 'pai, pai'. Meu filho, não se preocupe, isso é mentira. Nós estamos trabalhando e o reconhecimento do povo é muito maior do que esses que não estão contribuindo com nada.

Moradores temem crimes e saques a residências

Gazeta do Povo - Foram relatados alguns casos de crimes. As pessoas têm que deixar as suas casas e seus bens materiais. O patrulhamento imagino que esteja prejudicado pelas enchentes. O senhor acha que em algum momento, em determinadas regiões vai ser preciso, por exemplo, instituir toques de recolher ou eventualmente até lei marcial?

General Hertz - Eu acredito que não vamos chegar nesse nível. Até porque quando as águas baixarem todos vão retornar para suas residências, aí entra uma ação significativa de tentar recompor as famílias, os bens dessas famílias. Na quarta-feira (8), nós estávamos tratando com o vice-governador sobre o que fazer com os recursos que estão sendo colocados no PIX que o governo divulgou para receber doações.

Uma das ideias que nós colocamos lá é a questão de investimento na Linha Branca [compra de eletrodomésticos como geladeiras e fornos]. Solicitar até mesmo que não haja nem cobrança de imposto na compra efetiva com esse dinheiro que está sendo doado, para que possamos comprar uma quantidade maior e atender essas famílias que perderam tudo. Eu destaco também que esta é a terceira enchente no Vale do Taquari. É muito difícil uma família se reconstruir, é muito custo. Então, tudo aquilo, perde documento, perde o patrimônio familiar, perde a sua história, as suas fotografias. Essas famílias têm que ser ajudadas. O empresariado que, de uma hora para a outra, perdeu tudo. Essas pessoas têm que ser ajudadas. Discutimos isso, mas também é um tema que não me compete. Isso é um tema do governo do estado. Eu não tenho dúvida nenhuma que eles saberão como dar o melhor destino para isso aí.

Militares estão usando recursos previstos para adestramento e preparo da tropa

Gazeta do Povo - As forças do Comando Conjunto, sejam as Forças Armadas ou as forças policiais estão recebendo as verbas necessárias? Para combustível, para manter o pessoal, para pagar todas as despesas? O senhor tem algum temor em relação a isso?

General Hertz - Não. Não tenho temor. Nós estamos empregando o recurso que está disponível para o nosso adestramento, o preparo da nossa tropa. Mas a atenção em termos de combustível, em termos de recursos, tem chegado para aquisição. Tudo o que eu coloco, tudo o que eu necessito, tem que chegado. O combustível, por exemplo, hoje não é um problema. No início foi, agora não está sendo mais. Hoje mesmo (8/5), nós tivemos uma reunião, uma videoconferência com Brasília, para apresentar o tamanho do dano que nós sofremos.

Eu cito um exemplo: só em um evento de salvamento em um bairro de Canoas eu perdi cinco caminhões. Literalmente a água levou, cobriu todo o caminhão, perdi todo o caminhão. Motores de popa, botes estragados, o desgaste das nossas viaturas, o maquinário de engenharia que vai ser empregado. Eu posso assegurar aqui a questão de recursos, toda vez que eu solicito, eu faço as colocações com o Ministério da Defesa, nós estamos sendo plenamente atendidos nas minhas solicitações, que são legítimas, tendo em vista o grande esforço que nós estamos fazendo.

"Se alguém não foi resgatado, é porque o desafio tem sido muito grande"

Gazeta do Povo - Para finalizarmos general, que mensagem o senhor mandaria não só para o povo do Rio Grande do Sul, mas para o Brasil, sobre o que está se passando aí?

General Hertz - Bom, primeiro o entendimento de que, se eventualmente alguém não conseguiu ser [resgatado], ou contar com a presença de um integrante de uma dessas forças que foi em socorro, é porque o desafio tem sido muito grande. E o desafio não é só o próprio mau tempo. As condições de chegar com os equipamentos que nós tínhamos, num determinado momento, não nos permitiram fazer isso. Mas as imagens são emblemáticas do socorro, da receptividade do povo gaúcho às nossas ações e dizer que nós estamos 100% mobilizados em prol de minimizar esse sofrimento e ajudar na reconstrução do Estado (...) E posso assegurar que o Ministério da Defesa está me apoiando integralmente em todas as minhas solicitações. E o que eu vejo também é a boa vontade e o interesse em todos os níveis em fazer o mais rápido possível essa ajuda chegar a ponta da linha e reconstruir o estado.

Eu ainda não vi uma conjunção de forças tão grande como esta que nós estamos passando aqui no Rio Grande do Sul. Então o meu respeito à sociedade brasileira, o meu respeito aos verdadeiros brasileiros, não aqueles que nós tratamos no início da nossa conversa. Esses não merecem o nosso respeito, porque certamente não tiveram um ente querido passando por uma situação como essa lá, sendo resgatado de cima de um telhado. Se ele tivesse tido um ente querido resgatado de cima de um telhado, ele não teria essa covardia de colocar uma inverdade utilizando uma mídia social. Confiem no nosso trabalho, confiem no nosso profissionalismo, confiem na nossa dedicação integral na ajuda que estamos provendo neste momento ao Rio Grande do Sul.

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