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Boicote a Israel

Genoino sugere boicote a empresas de judeus ou vinculadas ao estado de Israel

José Genoino, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores
José Genoino, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, sugeriu boicote a empresas de Israel. (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

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O ex-presidente do PT, José Genoino, sugeriu um boicote a empresas comandadas por judeus ou vinculadas ao estado de Israel. A fala ocorreu no sábado (20) durante uma transmissão do canal Diário do Centro do Mundo, enquanto Genoino e os âncoras do programa “Sabadão DCM”, Prof. Viaro e Fernando Drummond, comentavam as mensagens enviadas pelos espectadores.

Antes de se despedir, o professor Viaro mencionou um comentário que dizia “Palestina livre e fora Magazine Luiza. Minha grande decepção Luiza Trajano”. Neste momento, Viaro explicou o contexto da mensagem, criticando o abaixo-assinado feito por empresários contra apoio do Brasil à investigação de Israel por genocídio. O documente teria sido encabeçado por Luiza Trajano, que comanda a rede de lojas Magazine Luiza.

Ao comentar o fato, Genoino sugeriu o boicote a determinadas empresas de judeus. “Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos, que fere o interesse econômico, é uma forma interessante. Inclusive ter esse boicote a determinadas empresas de judeus”, disse o petista.

Na sequência, o ex-presidente do PT disse ainda que o país deveria deixar de fazer negócios com o governo israelense. “Há por exemplo boicote a empresas vinculadas ao estado de Israel. Inclusive eu acho que o Brasil deveria cortar as relações comerciais na área da segurança e na área militar com o estado de Israel”, afirmou durante live.

Conib emite nota repudiando declaração de Genoino 

Em reação a fala de Genoino, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu nota, repudiando as declarações. “É uma fala antissemita, e o antissemitismo é crime no Brasil. O boicote a judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica alemã, que culminou no Holocausto”.

Na nota, a Conib pediu ainda que as lideranças políticas brasileiras atuem com “moderação e equilíbrio diante do trágico conflito no Oriente Médio”. “Suas falas extremadas e em desacordo com a tradição da política externa brasileira podem importar as tensões daquela região ao nosso país”, finaliza a nota.

A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) também emitiu uma nota manifestando repúdio à declaração de Genoino. “Ao evidenciar a origem judaica de empresas e pedir seu boicote, Genoíno revela a sua covardia e o seu viés antissemita", diz a entidade.

A Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria também classificou a fala como antissemita e disse que ela "deve ser repudiada por todos". "A fala de Genoíno sem conhecimento dos benefícios desta relação comercial, é também contrária aos interesses do Brasil e da população brasileira. Trata-se de dois países democráticos, independentes, com benefícios comerciais recíprocos", afirma nota divulgada pelo órgão.

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