A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta sexta-feira (22) ter sido “mal compreendida” após falar contra a existência da Justiça Eleitoral no país. Em um evento no Recife, ela afirmou que "qualquer instituição é passível de sofrer crítica". Durante o debate na Comissão Especial da Câmara sobre a PEC da Anistia, na quarta (20), Gleisi criticou as multas milionárias impostas ao PT pelo não cumprimento das cotas de gênero e sugeriu que "algo estaria errado" no fato de o Brasil ser o único a ter uma Justiça Eleitoral.
"Eu não pedi o fim da Justiça Eleitoral. Eu fui mal compreendida. Eu fiz uma crítica muito dura à Justiça Eleitoral, à equipe técnica da Justiça Eleitoral. Qualquer instituição é passível de sofrer crítica, é saudável. Não pode ficar a crítica ácida apenas em cima dos partidos", afirmou em coletiva de imprensa nesta sexta. Durante a audiência na Câmara, a presidente do PT disse que as multas aplicadas pela Justiça Eleitoral são inexequíveis e questionou o valor destinado ao órgão de fiscalização na comparação com as verbas recebidas pelos partidos.
“Eu queria falar das multas dos tribunais eleitorais, os valores ditos aqui, R$ 750 milhões, R$ 23 milhões, isso não é multa exequível, não tem como pagar, nós não temos dinheiro. Elas [as multas] trazem a visão subjetiva da equipe técnica do tribunal, que sistematicamente entra na vida dos partidos políticos, querendo dar orientação, interpretando a vontade de dirigentes, a vontade de candidatos. Isto inviabiliza os partidos […] Não pode ter uma Justiça Eleitoral… Aliás o único país do mundo que tem Justiça Eleitoral é o Brasil, o que já é um absurdo. E custa três vezes mais do que o financiamento de campanha. Talvez precisemos olhar aí para mudar”, afirmou Gleisi na sessão da comissão especial.
Após a declaração, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, repudiou “afirmações errôneas e falsas realizadas no intuito de tentar impedir ou diminuir o necessário controle dos gastos de recursos públicos realizados pelos partidos políticos”. Em nota, Moraes afirmou que “lamentavelmente, a própria existência da Justiça Eleitoral foi contestada por presidente de partido político, fruto do total desconhecimento sobre sua importância, estrutura, organização e funcionamento”.
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