Marcada para este domingo (21), a manifestação em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve contar com três governadores e aproximadamente 50 parlamentares aliados ao ex-mandatário. O ato está marcado para ocorrer em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, às 10h, e reunirá importantes nomes da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também irá comparecer.
Entre os governadores, a presença do governador fluminense Claudio Castro (PL) é esperada pelo entorno do presidente. O chefe do Executivo estadual não compareceu ao ato ocorrido em São Paulo, em 25 de fevereiro, porque tinha um compromisso em Portugal previamente marcado. Também são esperados os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), também deve estar presente.
Devido ao feriado de Tiradentes, a presença do governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, ainda está indefinida. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), também não confirmou presença.
Da parte dos parlamentares, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), pré-candidato à prefeitura do Rio, deve ser destaque no palanque de Bolsonaro. No entanto, a expectativa é de ele não discurse. Fontes ligadas ao ex-presidente dizem que ele deseja evitar que o ato em sua defesa dê margem para questionamentos sobre uma suposta campanha eleitoral antecipada por parte de Ramagem.
O mesmo ocorreu na manifestação de fevereiro, quando o prefeito Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição na cidade de São Paulo, também não discursou para o público presente na Avenida Paulista.
O evento está sendo coordenado pelo pastor Silas Malafaia e financiado por parlamentares do PL, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Estão previstas as presenças dos seguintes congressistas:
Deputados Federais:
- Abílio Brunini (PL-MT)
- Altineu Côrtes (PL-RJ)
- Amália Barros (PL-MT)
- André Fernandes (PL-CE)
- Bia Kicis (PL-DF)
- Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
- Capitão Alberto Neto (PL-AM)
- Carlos Jordy (PL-RJ)
- Caroline De Toni (PL-SC)
- Chris Tonietto (PL-RJ)
- Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
- Coronel Meira (PL-PE)
- Daniel Freitas (PL-SC)
- Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP)
- Delegado Ramagem (PL-RJ)
- Dr. Allan Garcês (PP-AM)
- Dr. Frederico (PRD-MG)
- Dr. Jaziel (PL-CE)
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
- Evair de Melo (PP-ES)
- Fernando Máximo (União-RO)
- General Pazuello (PL-RJ)
- Helio Lopes (PL-RJ)
- José Medeiros (PL-MT)
- Júlia Zanatta (PL-SC)
- Luciano Galego (PL-MA)
- Luiz Lima (PL-RJ)
- Marco Feliciano (PL-SP)
- Mariana Carvalho (Republicanos-MA)
- Mário Frias (PL-SP)
- Maurício do Vôlei (PL-MG)
- Messias Donato (Republicanos-ES)
- Nicoletti (União-RR)
- Nikolas Ferreira (PL-MG)
- Pastor Eurico (PL-PE)
- Pastor Gil (PL-MA)
- Roberta Roma (PL-BA)
- Roberto Monteiro Pai (PL-RJ)
- Rodolfo Nogueira (PL-MS)
- Rodrigo Valadares (União-SE)
- Sargento Fahur (PL-SP)
- Sargento Portugal (PL-RN)
- Silvia Waiãpi (PL-AP)
- Silvio Antônio (PL-MA)
- Soraya Santos (PL-RJ)
- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
- Zucco (PL-RS)
Senadores:
- Carlos Portinho (PL-RJ)
- Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
- Dr. Hiran (PP-RR)
- Izalci (PL-DF)
- Jorge Seif (PL-SC)
- Magno Malta (PL-ES)
- Marcos Rogério (PL-RO)
- Rogério Marinho (PL-RN)
- Wilder Morais (PL-GO)
Aliados reforçam que manifestação é pela liberdade de expressão
A reportagem procurou parlamentares aliados do ex-presidente para saber sobre o tom da manifestação. No vídeo em que convoca apoiadores às ruas, Bolsonaro deixou claro que o foco do ato será sua defesa sobre as acusações feitas pela operação Tempus Veritatis, que apura suposta tentativa de golpe de Estado. No entanto, aliados dizem que o protesto não é só sobre o ex-presidente, mas sobre censura revelada pelo caso Twitter Files Brasil.
O caso ganhou repercussão a partir da revelação de documentos feita pelo jornalista Michael Shellenberger, em colaboração com a Gazeta do Povo, no início deste mês. O jornalista freelancer David Ágape também colaborou com a reportagem. Os documentos mostram como a plataforma reagiu a pedidos de censura feitos, principalmente, pelo ministro Alexandre de Moraes, em 2022.
Para a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), a manifestação deste domingo visa dar voz aos perseguidos pela postura do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Essa manifestação não é em defesa do ex-presidente Bolsonaro, ela é em defesa da democracia, das pessoas que estão sendo perseguidas por defender as suas ideias. É uma manifestação também para tentar ajudar os inocentes do 8 de janeiro, não os culpados, não os vândalos, mas os inocentes que também têm que ser ajudados; e todas essas pessoas que estão sendo prejudicadas pelas decisões do STF, no sentido de censurar o Brasil”, disse a parlamentar.
Para Bia Kicis, o ato será uma nova oportunidade para Bolsonaro e para a oposição demonstrarem força em meio à insatisfação da população com o governo Lula, bem como protestar contra as ações do Judiciário.
“[A manifestação] será uma demonstração de que a população não está nem um pouco satisfeita com esse governo, que está insatisfeita com essa censura e que abomina o que tem sido feito pelo nosso Judiciário. Infelizmente, nós não vivemos mais de acordo com a legislação, com o ordenamento jurídico. Todas essas violações ao ordenamento jurídico a população está olhando. E agora não só a população do Brasil, mas também a população do mundo”, disse.
Ele também comentou que as revelações do Twitter Files Brasil podem contribuir para maior aderência da população ao protesto.
“O que o Elon Musk fez foi dar visibilidade ao que está acontecendo no país. Os arquivos do Twitter Files mostraram o tanto que essas decisões são arbitrárias e que não há transparência”, afirmou a deputada.
O deputado Filipe Barros avaliou que o caso envolvendo a plataforma de Musk “está na boca do povo”, o que pode contribuir para ampliação da participação popular no ato de domingo. “É um tema que está na boca do povo. É inevitável que isso seja um assunto de domingo e tenho certeza que estará na pauta”.
Jornalista português detido pela PF confirma presença no ato
O jornalista português Sérgio Tavares publicou nas redes sociais que voltará ao Brasil para participar da manifestação convocada por Bolsonaro. Em fevereiro, ele foi detido pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos ao entrar no país para cobrir a manifestação na Avenida Paulista.
“O Brasil vive uma ditadura. Tem censura, perseguição política, violação constantes dos direitos humanos. Tudo assim à luz do dia. E por isso mesmo, depois do protesto gigante em São Paulo, no passado dia 25 de fevereiro, o povo brasileiro vai gritar novamente por socorro, pela democracia, pela liberdade; mas desta vez no Rio de Janeiro”, disse Tavares no vídeo.
Ele também afirmou que “sentiu na pele a perseguição e a violação dos direitos” quando apenas veio cobrir a manifestação em São Paulo. “Fui tratado como um criminoso, injuriado pela Polícia Federal, que está a serviço do poder judicial que mata a democracia do país”, afirmou.
Ao deter o jornalista, a PF alegou que ele precisaria de um visto para entrar no país. Entretanto, o documento não é exigido para jornalistas que fazem parte da União Europeia.
“Tal indivíduo teria publicado em suas redes sociais que viria ao país para fazer a cobertura fotográfica de um evento. Todavia, para isso, é necessário um visto de trabalho, o que ele não apresentou”, disse a corporação em nota.
Mundo sabe que Brasil está “perto de uma ditadura”, diz Bolsonaro
Em vídeo publicado nas redes sociais, nesta quinta-feira (18), Bolsonaro voltou a chamar apoiadores para a manifestação em Copacabana e disse que o mundo sabe “o quanto o Brasil está perto de uma ditadura”.
“No momento em que o mundo todo toma conhecimento de o quanto está ameaçada a nossa liberdade de expressão e de quanto estamos perto de uma ditadura, é que eu faço um apelo a vocês, um convite”, disse Bolsonaro.
A declaração ocorre em meio à divulgação de um relatório parcial do Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos que revelou ofícios sigilosos para derrubar perfis nas redes sociais por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o relatório, revelado nesta quarta (17), o ministro Alexandre de Moraes mandou retirar do ar cerca de 150 perfis nas redes sociais.
Assim como no ato do dia 25, em São Paulo, ele pediu que seus apoiadores não levassem cartazes ou faixas na manifestação no Rio de Janeiro. “O que está em jogo não é o meu, não é o teu futuro, é o futuro de todos nós, dos nossos filhos e dos nossos netos”, destacou o ex-presidente.
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