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Palácio do Planalto

Governo diz que reforma do gabinete de Janja não teve custo extra, mas não dá detalhes

Orçamento 2023
Palácio do Planalto: detalhes sobre reforma e ampliação do gabinete de Janja seguem desconhecidos. (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo)

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A Casa Civil da Presidência da República informou à Gazeta do Povo que as reformas realizadas no terceiro andar do Palácio do Planalto, em julho, para ampliar o gabinete pessoal da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, foram meros "rearranjos de rotina" e não implicaram em despesas extras. Por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), o jornal requereu do Executivo detalhes sobre as modificações realizadas nos espaços físicos e os valores financeiros envolvidos nelas, com materiais e mão de obra. Esses quesitos da consulta não foram respondidos.

Sobre o pedido de informações detalhadas sobre os gastos com reformas e adaptações voltadas à ampliação do gabinete de Janja, incluindo serviços contratados de terceiros e decoração, a Secretaria de Administração da Presidência da República afirmou apenas que essas atividades são desenvolvidas pela equipe técnica e, por isso, não envolvem custos adicionais.

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“Somente nos últimos três meses foram realizados procedimentos dessa natureza em locais variados, como no subsolo do Palácio do Planalto, em diversos setores do terceiro andar do prédio principal e nos anexos”, sublinhou.

Informações publicadas pela Folha de S. Paulo relataram a redução de espaços em importantes salas de assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vizinhas do gabinete presidencial, para atender à demanda de melhorias feita pela primeira-dama. O conselheiro internacional Celso Amorim, o "chanceler de fato", teria sido deslocado e Fernando Igreja, chefe do cerimonial da Presidência, além de Clara Ant, assessora especial, tiveram de ceder espaços.

A Casa Civil, contudo, tratou o tema como algo corriqueiro. “Rotineiramente, a Presidência da República realiza alterações de layout em diversas áreas de trabalho, tanto no prédio principal como nos anexos. Isso é feito para promover a readequação dos espaços físicos, garantindo melhor atendimento das demandas operacionais e administrativas dos respectivos setores e adequada acomodação dos servidores”, disse o órgão.

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Outras reformas pedidas por Janja

Matéria da Gazeta do Povo mostrou que Janja também esteve envolvida na supervisão e decisão sobre reformas e aquisições para as residências oficiais, como o Palácio da Alvorada, exercendo influência direta nas escolhas e nos processos de modernização desses espaços. Suas escolhas chamaram a atenção pelo elevado preço dos itens.

Janja pediu ainda a recuperação da Praça dos Três Poderes em razão de danos causados pelos protestos do 8 de Janeiro. A demanda dela foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as obras foram suspensas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), atendendo a recurso de empresa derrotada na licitação tocada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).

Discussão sobre compra de avião

Após informações de bastidores trazidas pela imprensa, soube-se que Janja desempenhou um papel significativo nas discussões sobre a aquisição de um novo avião presidencial, em 2023, demonstrando sua participação ativa em decisões logísticas e de infraestrutura do governo. A nova aeronave, estimada em R$ 400 milhões, substituiria o Airbus A319-ACJ. Atendendo a exigências do casal presidencial, a Força Aérea Brasileira encontrou um Airbus A330-200 registrado em nome de uma empresa com sede na Suíça para substituir o chamado Aerolula, comprado em 2004, por US$ 56,7 milhões.

Um grupo de deputados da oposição chegou a apresentar uma ação na justiça para barrar a compra do novo “Aerolula”, alegando que isso representaria um “gravíssimo dano ao erário público, desvio de finalidade e afronta ao princípio da moralidade”. A repercussão negativa da notícia fez Lula desistir da compra em setembro de 2023.

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