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Paralisação

Quem está por trás da greve geral de 14 de junho contra a reforma da Previdência

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Protesto contra cortes na Educação, na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 15 de maio, contou com a presença das Centrais Sindicais (Foto: DANILO M YOSHIOKA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Sob o pretexto de protestar contra a reforma da Previdência, trabalhadores de diversas categorias estão sendo convocados para uma greve geral nesta sexta-feira (14). Também fazem parte das reivindicações temas como maior geração de empregos formais, retomada do crescimento da economia, contingenciamento na educação e até um desagravo ao ministro da Justiça, Sergio Moro.

Por trás dessa movimentação estão as centrais sindicais, partidos políticos, entidades estudantis e opositores ao governo de Jair Bolsonaro (PSL). Segundo os movimentos, a prioridade é que os trabalhadores "cruzem os braços" a partir da madrugada de sexta com manifestações sendo utilizadas como complemento à paralisação.

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Entre as centrais, estão na articulação a CUT, CTB, Força Sindical, CGTB, CSB, UGT, Nova Central, CSP- Conlutas e Intersindical. E elas não estão sozinhas. Ainda em maio, a Executiva Nacional do PT publicou resolução com estratégias para a oposição ao governo Bolsonaro, que incluem protestos e mobilizações, como as greves gerais.

"A imagem que queremos é a Paulista deserta, ruas desertas no dia, como se estivéssemos em 28 de abril de 2017 [quando houve greve geral no país, em protesto contra o governo de Michel Temer]", afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "As manifestações são apoio, mas o dia é de greve", completa.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves Juruna, disse que um dos pontos essenciais é adesão do setor de transportes, em todas as categorias, para a greve. "É essencial que parem porque, se eles não aderirem, a impressão é de que não houve paralisação. São categorias expressivas de demonstrações de poder dos trabalhadores", diz.

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Moro na mira

A manifestação nacional contra a reforma da Previdência já estava programada há meses pelas centrais. Mas, com o decorrer do tempo, novos temas foram adicionados ao protesto, como é o caso do contingenciamento de verbas da educação. Para a CUT, “escândalos” ligados à família de Bolsonaro e equipe de ministros também estão na lista.

Nesse caso, o alvo é o ministro da Justiça, Sergio Moro, e os procuradores da Lava Jato, como o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, que tiveram supostas conversas divulgadas no último final de semana. As denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por supostos crimes cometidos em seu gabinete de deputado estadual, também servem como combustível para os protestos.

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Categorias que aderiram

De acordo com a CUT, diversas categorias já teriam aderido às manifestações, como bancários, servidores públicos, metalúrgicos, motoristas, cobradores, vigilantes, professores e trabalhadores da educação. Nesta área, as atividades do dia no setor público devem ser canceladas.

A vice-presidente do Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), professora Qelli Rocha, afirmou que os atos de rua devem ocorrer entre o final da tarde e início da noite de sexta. "Temos problemas conjunturais. Na área da educação, o contingenciamento, ou melhor, os cortes, nos impulsionou a paralisar. É a retirada de direitos sociais que conquistamos desde a constituição de 1988."

Segundo ela, também vão aderir à greve a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), a Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Em relação às escolas privadas, o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) afirmou que a orientação aos sindicatos é de não aderir à greve. "Em geral, deve funcionar normalmente. Entendemos que a escola não deve fazer greve e, caso o funcionário venha a aderir, que seja descontado o dia de trabalho", afirmou.

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Tuitaço

Desde a tarde desta quarta-feira (12), a #SextaTemGreve ascendeu à lista dos assuntos mais publicados do Twitter brasileiro. A hashtag tem sido impulsionada por parlamentares de oposição, especialmente dos partidos PT, PDT e PSOL, além dos perfis da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). Às 14h50, a #SextaTemGreve era a quinta colocada na lista das dez expressões mais postadas. Segundo a ferramenta Google Trends, a pesquisa por "greve geral" atingiu o pico do último ano às 13h desta quarta.

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