O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o plano do governo é privatizar todas as estatais. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro apoia a ideia e tem cobrado mais rapidez na venda das companhias federais.
"O presidente está conosco na privatização. Todos os dias ele cobra: 'Poxa Salim, tem que vender uma por semana! Está demorando muito!'", disse Guedes em entrevista ao "Valor", fazendo referência ao secretário de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar.
"Eu quero privatizar todas as empresas estatais. Essa é a proposta. A decisão final é do Congresso. A minha obrigação é fazer o diagnóstico e entregar a prescrição. O Congresso vai decidir", prosseguiu Guedes.
Na entrevista, o ministro falou na ideia de criar um "PAP – Programa de Aceleração das Privatizações", com um "fast track" para agilizar o processo de venda das estatais.
Segundo ele, em vez de as propostas de privatização serem encaminhadas uma a uma ao Tribunal de Contas da União (TCU), uma lista com todas as "privatizáveis" será levada primeiro a Bolsonaro.
A lista de todas as escolhidas pelo presidente seria então enviada ao TCU, e o governo encaminharia ao Congresso um projeto de lei para incluir toda a relação no programa de desestatização.
Redesenho do Estado e os três Ds de Guedes
A venda das estatais é parte do que Guedes chama de "redesenho e reforma" do Estado brasileiro, que envolve também a reforma tributária e um pacto federativo com "três D", para "desobrigar, desindexar e desvincular" os orçamentos da União, dos estados e municípios.
"A moldura de tudo isso é o nosso programa "Caminho para a Prosperidade", disse Guedes ao "Valor". Questionado se havia um programa escrito, ele respondeu: "Acreditamos que dois algoritmos são a base da prosperidade da sociedade ocidental: a democracia e os mercados. Ambos são semelhantes. Democracia é um sistema de decisão política onde os poderes são limitados e descentralizados. A economia de mercado é um sistema de decisão econômica descentralizado".
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