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Se houvesse um concurso para escolher os piores nomes para compor o governo Lula num momento de desgaste político acentuado, provavelmente Gleisi Hoffmann e Guilherme Boulos estariam entre os mais votados. De estilo agressivo, altamente ideológicos e radicais, os dois têm perfil exatamente oposto do aconselhável a quem precisa desesperadamente de outros partidos para garantir uma base mínima de sustentação no Congresso Nacional.
Na contramão dessa leitura, o presidente Lula aposta no tudo ou nada e em "mais agressividade política”. Decidiu convocar a companheirada mais ideológica para compor o alto escalão. Gleisi já se aninhou no Alvorada e Boulos pode estar a caminho.
Esse contexto faz evocar uma frase célebre do imperador Napoleão Bonaparte. “Nunca interrompa seu inimigo enquanto ele estiver cometendo um erro”, teria dito o líder francês em um momento decisivo de batalha. Outra tradução seria: “Nunca interrompa seu adversário enquanto ele estiver no processo de autodestruição”.
Gleisi no governo: uma radical vai comandar a articulação política
Quem lembrou das palavras de Bonaparte no contexto da reforma ministerial de Lula foi o líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN). Para Marinho, a nomeação de Gleisi Hoffmann para o comando da Secretaria de Relações Institucionais mostra que o presidente Lula dobrou a aposta na “radicalização e no isolamento”. Dessa forma, coloca a ideologia e os interesses partidários acima do Brasil.
Ex-ministra de Dilma, Gleisi é entusiasta da tese de que “gasto é vida”. Adora um bonezinho do MST e é companheira de primeira hora do ditador Nicolás Maduro. O PT, sob direção de Gleisi, teve o desplante de saudar a vitória eleitoral de Maduro nas eleições fraudadas do ano passado. Coisa que nem o governo Lula se arriscou a fazer publicamente, tamanha as evidências de corrupção e farsa.
Menos projetos nocivos aprovados
Como disse a Gazeta do Povo em editorial, “há males que vêm para o bem, e é possível que o Brasil, no fim das contas, saia beneficiado caso Gleisi mantenha no ministério o estilo confrontador que tem como deputada e presidente do PT”. Não se trata de torcer pelo quanto pior, melhor.
É fato, contudo, que quanto menos apoio Gleisi, Boulos e companhia tiverem para as pautas de esquerda, menos projetos nocivos ao Brasil serão aprovados. Lula, Gleisi e Boulos formam, assim, a mais perfeita definição do abraço dos afogados. Prometem agressividade, briga e ranger de dentes, justamente quando o governo está em momento mais fragilizado, com água pelo pescoço.




