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O Ministério das Relações Exteriores recomendou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que vetasse o projeto de lei que cria o “Dia da Amizade entre Brasil e Israel”, aprovado em junho pelo Congresso e que acabou promulgado pelo presidente do Legislativo, Davi Alcolumbre (União-AP).
Lula deixou vencer o prazo regimental de 15 dias úteis para sancionar ou vetar, o que fez a proposta retornar para o Congresso e atribuir ao presidente do parlamento a tarefa de promulgação. A recomendação para Lula vetar a proposta ocorreu por conta da reação israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza.
“[O Itamaraty] entendeu que o momento não seria oportuno à instituição da referida data, em razão da guerra atualmente em curso na Palestina, que já causou a morte de mais de 55 mil pessoas”, disse a pasta em nota à Gazeta do Povo.
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O “Dia da Amizade entre Brasil e Israel” foi fixado em 12 de abril, data em que foi instalada a primeira representação diplomática brasileira em território israelense. Apesar de recomendar o veto, o Ministério das Relações Exteriores reconheceu as relações entre os dois países.
“O Itamaraty valoriza as relações históricas mantidas entre Brasil e Israel, os laços de amizade entre o povo brasileiro e o povo israelense, bem como se orgulha de o Brasil ter acolhido famílias que fugiram dos horrores do Holocausto e de ser, hoje, lar da segunda maior comunidade judaica da América Latina e a décima maior do mundo”, completou.
A reação israelense em Gaza é alvo de duras críticas de Lula, que acusa o país de “genocídio” do povo palestino, e fez o Brasil anunciar a adesão à ação da África do Sul contra o país.
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A expectativa é de que a adesão seja assinada “em muito pouco tempo”, segundo explicou o ministro Mauro Vieira no último final de semana. A ação da África do Sul acusa Israel de cometer genocídio contra o povo palestino em Gaza.
“Nós fizemos enormes esforços para chamar por negociações. Os últimos desenvolvimentos da guerra nos fizeram tomar a decisão de nos juntarmos à África do Sul na Corte Internacional”, pontuou Mauro Vieira.
Por outro lado, Israel nega todas as acusações e afirma que suas operações militares em Gaza são legítimas e visam neutralizar o grupo terrorista Hamas. O governo israelense sustenta que está agindo dentro dos limites do direito internacional e acusa seus críticos de ignorarem os ataques sofridos pelo país.








