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Janja
Em artigo a um jornal fancês, Janja afirmou que homens “decidem ir para a guerra”, mas são as mulheres as que sofrem as maiores consequências.| Foto: Enrique Garcia Medina/EFE

A primeira-dama Janja Lula da Silva criticou as decisões que os homens tomam ao irem para a guerra, que fazem com que as mulheres “sofram as piores consequências” pelos conflitos. As afirmações constam em um artigo escrito por ela publicado na segunda (31) no jornal francês Le Monde, em que disse ainda que a construção da paz precisa ter a participação efetiva delas.

As falas ocorrem em meio à marca de um ano e meio do início da guerra da Rússia contra a Ucrânia, em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já deu declarações polêmicas e dúbias sobre o conflito no Leste europeu – ele chegou a equiparar a responsabilidade dos dois países e que os Estados Unidos e a Europa incentivam a continuidade dos ataques.

Janja diz que são os homens que decidem ir para a guerra, e as mulheres é que sofrem as piores consequências. “No entanto, eles são encarregados de defender a dignidade de suas famílias e comunidades durante situações de conflito. É impossível, portanto, nessas condições, imaginar poder superar as guerras e construir a paz sem a participação efetiva das mulheres”, afirmou (veja na íntegra).

Ainda de acordo com a primeira-dama brasileira, a defesa da paz é um “dever moral” e uma “obrigação política”, já que cada novo conflito armado atinge diretamente a população em situação de vulnerabilidade. Para Janja, a guerra é um “instrumento de perpetuação das desigualdades econômicas, sociais, raciais e de gênero”.

“Também destaco o preço pago por mulheres, meninas e crianças durante as guerras e depois delas. Com efeito, sabemos que o papel socialmente construído da mulher coloca sobre os seus ombros o peso e o fardo das suas famílias e comunidades, e que também se preocupa principalmente com a questão da sua subsistência e do seu futuro”, disse.

A primeira-dama escreveu, ainda, que a guerra leva as mulheres a uma exposição cotidiana a diferentes tipos de violência “em particular as que são sistemáticas, exercidas contra seus corpos”.

“Muitas delas conseguem, dentro de suas comunidades, dar um novo sentido à vida coletiva após os conflitos. Elas desempenham um papel unificador, tornando-se líderes ativos na defesa dos direitos humanos e ambientais Em contextos violentos, o trabalho dessas mulheres garante o acesso a direitos e serviços, inevitavelmente restritos nos momentos mais trágicos. Eles tentam superar e prevenir conflitos com os poucos meios políticos de que dispõem”, completou Janja no artigo ao jornal francês.

Lula tem sido cobrado constantemente por não se posicionar duramente em relação à Rússia, dizendo apenas que não quer entrar em questões como a responsabilidade pelo conflito. Mais recentemente, durante a 3ª Cúpula União Europeia-Celac, realizada na Bélgica há duas semanas, ele criticou as sanções impostas ao governo de Vladimir Putin e diz defender uma “paz negociada” para acabar com o conflito.

Na semana passada, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky cobrou de Lula um maior apoio para encerrar a guerra, e pediu que ele faça um esforço para unir os países da América Latina para também apoiarem a Ucrânia. Ele também pediu ajuda humanitária do Brasil em questões como tecnologia para “desminar” os campos agrícolas ucranianos, que foram minados pelas forças russas.

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