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Janja da Silva
A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva.| Foto: Claudio Kbene/PR

A primeira-dama do Brasil, Rosângela Lula da Silva, a Janja, deu uma longa entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (5). No depoimento, a socióloga paranaense falou sobre como enxerga o papel de esposa do presidente da República, a presença de mulheres na política e opinou sobre alguns fatos de destaque do noticiário nacional e internacional. A entrevista foi dada no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República, em Brasília, e acompanhada de um ensaio fotográfico de autoria do fotógrafo Bob Wolfenson, em que a primeira-dama exibiu seis diferentes looks assinados por estilistas brasileiros.

Entre os destaques do depoimento de Janja ao jornal está sua preocupação com os animais de estimação, inclusive durante os atos de 8 de janeiro em Brasília. Na ocasião, Janja conta que ficou desesperada com as manifestações: “O meu desespero era porque as cachorras estavam no hotel. Liguei para lá e disse: ‘Saiam daí com as cachorras’. Tinha muito medo do que poderia acontecer com elas”, afirmou. Janja também manifestou angústia com a situação dos pets na guerra de Israel contra o Hamas, no Oriente Médio. A primeira-dama contou que questionou Lula sobre a busca dos animais afetados pela guerra. “Ele falou com o comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), e no dia seguinte já estavam os pets no avião. Mas acho que já estavam olhando para isso”, relata.

Em outro ponto de destaque da entrevista ao Globo, Janja comentou sobre se posicionar ao lado – e não atrás – do presidente. A petista contou que durante um evento em Lisboa, em Portugal, o cerimonial a orientou para que ficasse atrás do presidente. "Falei: 'Não, amor. Eu não fico atrás do presidente, sempre fico ao lado dele'", disse. "Sempre falo para a Cida (Gonçalves, ministra das Mulheres): 'Se te botarem lá atrás (nas reuniões), cutuca o homem e o faz sair para você sentar'".

Janja mostrou que quer dar amplitude às pautas que considera relevantes, como mais mulheres na política, violência contra a mulher e exploração sexual de crianças e adolescentes e acredita que a primeira-dama deve contribuir com o desenvolvimento do Brasil. "Querendo ou não, quase tudo que falo ganha amplitude. Por que não fazer isso por pautas que são relevantes? (...) Isso é mais importante do que ficar só fazendo jantar ou chá das cinco. Por que a primeira-dama não pode também estar contribuindo com o desenvolvimento do Brasil? Continuo indo ao supermercado e à farmácia, e as mulheres me dizem que eu estou no caminho certo", afirmou.

Questionada sobre as críticas de participação no governo por não ter sido eleita, a paranaense disse não se incomodar. “Quem faz essa crítica não enxerga o mundo em que a gente vive hoje. Vou continuar ao lado do presidente, porque acho que é esse o papel que tenho que desempenhar”, disse. Ela também relatou que foi a única primeira-dama que entrou com o presidente no dia reunião do G-20 porque ele não soltou da mão dela.

Junto com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Janja diz ter incentivado mais mulheres nos ministérios, durante a transição governamental, e que de alguma forma foi atendida. "Passamos (ela e o presidente) os fins de semana a sós e conversamos muito. Às vezes, a gente tem umas discussões um pouco mais assim... fortes. Mas é isso", contou. "Tivemos duas perdas (de mulheres) no governo. Faz parte". A entrevista foi concedida na véspera da demissão de Rita Serrano da presidência da Caixa. As outras duas mulheres demitidas por Lula foram Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo, e Ana Moser, ex-ministra dos Esportes.

Sobre sua preferência por usar roupas desenhadas por estilistas brasileiros, Janja disse que faz para que as pessoas conheçam a moda brasileira: "As pessoas comentam meus looks, umas bem, outras mal. Na coroação do Rei Charles III, disseram que eu estava vestida de abóbora. Aquele vestido era da cor da campanha contra a exploração sexual infantil. É óbvio que eu quero passar uma mensagem", afirmou. "Faço questão de usar sempre uma roupa diferente quando vou aos eventos internacionais, porque a gente precisa falar mais sobre moda brasileira e divulgar nossos estilistas", completou.

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