
Ouça este conteúdo
Durante entrevista coletiva ao fim de sua viagem ao Vietnã, o presidente Lula rebateu críticas à atuação da primeira-dama Janja da Silva, dizendo que “ela vai continuar fazendo o que ela faz, porque a mulher do presidente Lula não nasceu para ser dona de casa”. O petista acrescentou que “ela vai estar aonde ela quiser, vai falar o que ela quiser, e vai andar para onde ela quiser, é assim que eu acho que é o papel da mulher”. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Janja não está no Vietnã com o presidente; ela foi ao Japão uma semana antes da chegada da comitiva presidencial, e de lá foi a Paris, onde discursou em um evento sobre combate à fome, a convite do presidente francês, Emmanuel Macron. “A Janja foi oficialmente me representando, ela não foi em uma viagem escondida”, disse Lula. “Ela viajou a convite do companheiro Macron para discutir a aliança global contra a fome e a pobreza, e eu fiquei muito orgulhoso”, acrescentou o presidente.
Políticos da oposição têm questionado cada vez mais os gastos da primeira-dama em viagens ao exterior, principalmente depois que o Estadão revelou a existência de uma equipe informal, composta por uma série de servidores lotados em diferentes órgãos do governo, que assessora Janja e viaja com ela – tudo isso apesar de a primeira-dama não ter nenhum tipo de cargo oficial. Segundo o jornal paulista, os salários dessa equipe somavam R$ 160 mil mensais no fim de 2024, e os gastos em viagens nos dois primeiros anos de mandato de Lula chegaram a R$ 1,2 milhão.
No entanto, Janja tem conseguido até agora escapar de um escrutínio mais criterioso. Uma ação popular movida por um vereador de Curitiba contra o “gabinete informal” da primeira-dama foi rejeitada pela Justiça. Uma representação do deputado Gustavo Gayer foi arquivada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e a Advocacia-Geral da União (AGU) está trabalhando em um parecer que pode blindar de vez a primeira-dama; segundo o advogado-geral Jorge Messias, o objetivo é deixar Janja “trabalhar em paz” e “afastar qualquer tentativa de intimidação institucional contra a primeira-dama”.



