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Janja
Conta de Janja no X (antigo Twitter) voltou ao ar no final da tarde deste domingo 6 dias após invasão por hacker.| Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A conta da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, na rede social X (antigo Twitter) voltou ao ar no final da tarde deste domingo (17) após seis dias congelada por causa da invasão de um hacker na última segunda (11). O perfil ficou suspenso pela empresa após ser notificada pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pela Polícia Federal, que investigam o caso.

A volta de Janja ao X teve a publicação de um longo texto em que a primeira-dama se disse "exposta, agredida, ameaçada e desrespeitada como nunca antes", e que, apesar da angústia, recebeu apoio através de mensagens de conforto.

“Pensei muito sobre voltar ou não para essa rede social, não apenas por causa das agressões que aconteceram em meu perfil, mas principalmente por toda a demora dos administradores da rede X em agir, congelando meu perfil para que as agressões parassem de ser postadas e pudessem ser silenciadas”, afirmou Janja (veja aqui).

Janja disse que sua equipe de redes “agiu rapidamente” para derrubar o perfil assim que a invasão foi notada, mas que “o pesadelo se estendeu por uma hora e meia até o bloqueio”. “O transtorno e a burocracia continuaram para que a conta fosse recuperada e o relatório da plataforma fosse finalmente entregue para investigação da Policia Federal, o que aconteceu somente quatro dias depois dos crimes cometidos”, completou.

Ainda no “textão” de retorno ao X, Janja expressou solidariedade com outras mulheres que enfrentam ataques semelhantes. Ela destacou a dificuldade enfrentada por mulheres não públicas que “encontram o descaso, o desrespeito e a revitimização, quando não a morte”.

“É triste que um adolescente de 17 anos, que confessou a invasão ao meu perfil, esteja no ambiente das redes disposto a espalhar tanto ódio e repulsa às mulheres. Mais absurdo ainda é as plataformas permitirem que crimes de ódio sejam praticados livremente”, afirmou Janja em referência às duas operações realizadas pela Polícia Federal na última semana em Minas Gerais e no Distrito Federal, onde o jovem confessou ter feito a invasão.

Janja ainda fez um apelo afirmando que “precisamos falar sobre a responsabilização das plataformas” sobre a recorrência dos crimes de ódio contra mulheres e a monetização desses eventos pelas plataformas. Ela ressaltou que há uma “máxima machista” de culpar a vítima que ecoa nos crimes virtuais, e pede investigação e punição para as redes.

Ainda no “textão” de volta à rede, Janja reafirmou o compromisso de permanecer atuante nas redes sociais como uma forma de “continuar lutando para que todas as  mulheres possam viver suas vidas livres de violência. Seguimos juntas”.

Como foi o ataque

Na noite de segunda-feira (11), a conta da primeira-dama no X foi invadida e publicou conteúdos fora do comum por cerca de uma hora e meia, com postagens de cunho machista e ofensivo contra ela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), entre outros. A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre o incidente.

Na mesma noite, a Polícia Federal passou a investigar o caso e a Advocacia-Geral da União (AGU) determinou ao X o congelamento da conta e a exclusão de todos os conteúdos. Neste meio tempo, Janja passou a utilizar o Instagram para se comunicar nas redes sociais.

Entre outras declarações, o invasor postou uma mensagem que dizia "Super Xandão presidente do Brasil em 2026" e "O Alexandre de Moraes é bandido e logo vai sofrer impeachment. Nada que ele faça vai impedir a gente de falar a verdade, enquanto tenho tempo falarei mais e mais".

Janja também foi marcada em algumas mensagens, inclusive em um comunicado oficial do invasor. Em resposta, ela afirmou estar habituada a ataques online, descrevendo o episódio como um exemplo dos desafios enfrentados por muitas mulheres diariamente na internet.

A primeira-dama lamentou a necessidade de se acostumar com situações tão absurdas, ressaltando a dualidade da internet como um espaço tanto positivo quanto negativo.

O hacker publicou 44 postagens durante o ataque, atingindo a audiência significativa de 1,2 milhão de seguidores de Janja no X. Em um áudio compartilhado, ele manifestou ciência da investigação da PF, minimizando qualquer possível responsabilização, criticando o sistema judiciário e qualificando as leis do país como frágeis.

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