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Autor de fake news, Janones faz sucesso ao defender radicalização “pela democracia”
O deputado André Janones (Avante-MG) durante a campanha eleitoral de 2022: em livro a ser lançado em novembro, admite ter manipulado informações nas redes sociais para prejudicar Bolsonaro| Foto: Reprodução Twitter André Janones

A controvérsia envolvendo as estratégias utilizadas pelo deputado André Janones (Avante-MG) nas mídias sociais durante as eleições de 2022, em apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e em oposição a Jair Bolsonaro (PL), não passa, nas afirmações dele, de mera “manipulação de informações” e “blefe”.

Em preparação para o lançamento do seu livro “Janonismo cultural: o uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil”, previsto para 20 de novembro, o deputado voltou a negar que tenha disseminado notícias falsas durante o período eleitoral, o que pode ser questionado na Justiça eleitoral.

Ao Poder 360, Janones declarou neste sábado (28): “Eu manipulo a informação. Antes de dar a informação, eu faço um jogo de palavras para levar o eleitor a entender que estou dizendo algo, mas estou dizendo outra coisa”. Como um dos parlamentares com maior número de seguidores nas redes sociais, ele desempenhou papel proeminente na campanha de Lula e até mesmo foi considerado para o cargo de ministro das comunicações. O deputado admitiu ao portal de notícias que suas táticas são "discutíveis" e suscetíveis de "questionamento ético".

Sobre a acusação de disseminar notícias falsas, Janones argumenta que apenas "blefou", e que o blefe não constitui notícia. Em seu livro, ele explica como usou artifícios verbais para levar os eleitores a associarem aspectos contra Bolsonaro e a favor de seu principal adversário, Lula. Ele acredita que as suas práticas esbarraram nos limites éticos de uma campanha eleitoral, e que consistiam em blefes, divulgando informações verdadeiras e outras manipuladas para prejudicar o ex-presidente.

Em um dos capítulos do livro, Janones narra a sua tentativa de intimidar Bolsonaro, insinuando que tinha informações comprometedoras retiradas do celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, falecido em 2020. Mesmo admitindo que o conteúdo encontrado não incriminava o ex-presidente, ele insinuou o contrário nas redes sociais, sugerindo que Bolsonaro tinha o receio de que daria documentos a Lula às vésperas do último debate entre os dois candidatos na tevê.

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