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João Campos defende Alckmin como vice de Lula em 2026

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, o prefeito de Recife, João Campos, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Durante participação em um ciclo de palestras promovido pela Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, nesta quinta-feira (24), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), falou sobre os desafios políticos que enxerga para as eleições de 2026 e defendeu a permanência de Geraldo Alckmin (PSB) como vice-presidente em uma eventual nova chapa com Lula (PT).

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“É uma posição clara e unificada dentro do partido [o PSB na vice de Lula], com a prioridade da manutenção do vice-presidente Geraldo Alckmin numa chapa presidencial”, afirmou Campos, que é o único candidato à presidência nacional do PSB e deve ser aclamado no cargo até o fim de maio.

Segundo o prefeito, o próximo ciclo eleitoral será marcado por uma intensificação da polarização política e por debates de menor profundidade, o que, segundo ele, prejudica a construção de consensos. Ele citou como exemplo discussões sobre pautas identitárias que, apesar de legítimas, não abordam os problemas centrais das áreas envolvidas.

“Elas são posições legítimas, mas não representam nenhum dos maiores problemas das áreas que elas estão estão diretamente ligadas.”

Discursos radicais no Legislativo

Campos demonstrou preocupação com o avanço de discursos radicais no Legislativo. “A próxima eleição vai ser muito difícil, onde a gente tem uma tendência, principalmente no Parlamento, de aumento do radicalismo e de uma posição mais voltada para a direita. A gente ainda vai ter um ciclo eleitoral, em 2026, muito pautado nessa disputa mais estridente e menos profunda. Isso atrapalha muito o consenso”, declarou.

Apesar do cenário, ele acredita que o PSB pode se consolidar como uma alternativa de centro-esquerda à polarização entre os extremos e ao “centro muito pragmático”, numa crítica velada ao centrão. Ainda assim, nega qualquer recado ao governo Lula.

“É claro que o presidente Lula precisa construir um caminho que garanta governabilidade, que ele possa construir aprovações e ter uma base de sustentação no Congresso, mas qual é o desafio? O timing da eleição vai chegando e muitos daqueles que supostamente ajudam na governabilidade podem não estar com ele [Lula] na eleição, aí você cria uma disfunção. Agora, ela também não é fácil de ser solucionada, porque o governo precisa de governabilidade”, afirmou.

Falhas na comunicação de Lula

Campos também avaliou que o governo federal tem feito mais do que a percepção da população indica e que é preciso melhorar a forma como as ações são comunicadas. O comentário foi feito em meio a críticas sobre falhas na comunicação institucional do Planalto.

“O governo federal faz mais do que as pessoas percebem que ele faz”, disse. Questionado sobre a recusa do deputado Pedro Lucas (União Brasil-MA) em assumir o Ministério das Comunicações, respondeu: “Cada partido tem sua dinâmica interna” e que há “muita variável em jogo para se tomar uma decisão”.

Na avaliação do prefeito, o Brasil está inserido em um contexto internacional de alta instabilidade, influenciado pelo crescimento da extrema direita e por disputas comerciais lideradas por países como os Estados Unidos.

“O cenário de instabilidade está instalado no mundo inteiro, nas democracias liberais, nas grandes democracias, cenários de guerra em continentes até muitas décadas não vistos, instabilidade religiosa, política, nível de intolerância plena em diversas esferas para além da política”, declarou. Ele classificou as ações econômicas protecionistas do ex-presidente norte-americano Donald Trump como “bullying econômico”.

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