Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
STF

Barroso diz que julgamento de Bolsonaro vai “empurrar extremismo para margem da história”

Ministro Barroso também rejeitou interferências no julgamento, "venha de onde vier". (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ouça este conteúdo

Às vésperas do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais réus no caso da suposta trama golpista, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, declarou que "em breve nós vamos empurrar o extremismo para a margem da história e teremos uma política em que estarão presentes conservadores, liberais, progressistas, como a vida deve ser".

Afirmou ainda que o julgamento deve ser realizado sem interferências. “Venha de onde vier”, disse, em referência a possíveis novas retaliações por parte do governo dos Estados Unidos. O julgamento está marcado para começar nesta terça-feira (2), envolvendo Bolsonaro e outros sete acusados pelo suposto núcleo golpista, em um processo que terá oito sessões agendadas até o dia 12 de setembro. Os réus são acusados pela Procuradoria-Geral da República de terem tentado reverter o resultado das eleições de 2022.

VEJA TAMBÉM:

O ministro Luís Roberto Barroso, que preside o STF, não participará do julgamento. Barroso enfatizou que o Judiciário atua de acordo com a Constituição e legislação brasileira, afirmando que a missão é difícil, mas necessária para servir ao país.

Ele destacou ainda que as regras democráticas devem ser respeitadas por todos os participantes do processo eleitoral. "Vivemos as tensões do julgamento do 8 de Janeiro (…). Nenhum país julga isso sem algum tipo de tensão. Mas a tensão foi absorvida institucionalmente. Acho que a vida democrática fluiu com naturalidade”, completou.

Além de Jair Bolsonaro (PL), respondem ao processo Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres (União-DF), ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na eleição de 2022; e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Todos são acusados de participação na suposta tentativa de golpe após a derrota do ex-presidente nas eleições.

“O papel do Judiciário é julgar os casos que lhe são apresentados. Vale para plataformas digitais, vale para uma denúncia criminal feita pelo procurador-geral da República. O julgamento precisa ser feito com absoluta serenidade, mas cumprindo o que diz a Constituição, sem interferências, venha de onde vier. A gente está lá para cumprir uma missão difícil, mas que é a missão de servir ao Brasil”, continuou o presidente do STF.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.