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Última Análise

Justiça ou alívio? O significado da aprovação do PL da Dosimetria

Pl da dosimetria
Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto da dosimetria (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)

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No programa Última Análise desta quarta-feira (17), os convidados analisaram a aprovação, pelo plenário do Senado Federal, do Projeto de Lei da Dosimetria, que altera critérios de fixação de penas para os condenados pelos atos do Oito de Janeiro. Com a aprovação, o texto segue para sanção do presidente Lula, que sinalizou que pode vetar a proposta. Além disso, o STF também poderá agir em favor de seus interesses. Veremos mais uma crise entre os três poderes?

"A aprovação do PL da Dosimetria trouxe apenas uma amenização especial do sofrimento das pessoas condenadas no Oito de Janeiro. Eles foram beneficiados por uma redução que agora pode variar entre 1/3 a 2/3 e a pressão desta situação vai abaixar", disse o ex-procurador Deltan Dallagnol.

A votação ocorreu em meio à forte disputa política entre governistas e opositores, após a matéria ter sido aprovada poucas horas antes pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A decisão do plenário consolidou o esforço da oposição para avançar com uma alternativa ao projeto de anistia, enfrentando resistências dentro da base governista, do PT e no próprio Executivo.

O escritor Francisco Escorsim disse que a aprovação do PL foi um "grande jogo de cena", em que tivemos uma negociação envolvendo Brasíia e até os EUA. "O PL da Dosimetria proavavelmente é uma das partes do que vai ser entregue, pelo governo brasileiro, para os americanos, em troca da retirada da sanção a Alexandre de Moraes", ele avalia.

Eleições 2026: Lula quer uma "narrativa"

Em reunião ministerial, Lula afirmou que o governo ainda não conseguiu a "narrativa correta" para conquistar uma reeleição em 2026. "Eu tenho a impressão de que nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo faça uma avaliação das coisas que aconteceram nesse país", disse o petista.

O vereador Guilherme Kilter afirma que esta carência de narrativa se dá pois o governo pouco entregou nestes quatro anos. "Você pergunta pro eleitor médio de Lula o que ele fez de bom e a pessoa não saberá apontar uma medida boa. Sem falar que, a partir de 2027, provavelmente veremos o colapso da educação, saúde e segurança pública", ele diz.

O presidente petista relembrou o slogan "União e Reconstrução" e defendeu que a campanha de 2026 foque na "ideia da hora da verdade, para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o que nesse país, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos ao governo."

"Mesmo com o massacre do STF e da grande imprensa com relação a tudo o que aconteceu com Bolsonaro, com o suposto golpe, o PT ainda não conseguiu ganhar a narrativa. Metade do país não comprou essa coisa de atos antidemocráticos", lembra Escorsim.

Pressão sobre Maduro aumenta

O presidente americano Donald Trump iniciou um bloqueio naval no Mar do Caribe Sul, com o objetivo de "sufocar financeiramente o governo de Nicolas Maduro". Ainda, a chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, completou que o republicano pretende continuar bombardeando embarcações até o ditador da Venezuela “se render”.

"É questão de tempo para que Maduro caia. Trump está cercando. Ele vai diminuir o poder da China na América Latina, reestabelecendo a influência americana sobre a América do Sul", avalia Dallagnol.

O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.

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