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O governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) afirmou, neste final de semana, ser contrário ao projeto de lei que pretende conceder anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Apesar disso, criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) de que as penas aplicadas estão sendo “exacerbadas”.
Leite tem sinalizado a intenção de se candidatar à presidência da República no ano que vem no PSDB, partido que é filiado atualmente, ou em outro que pode vir a migrar no futuro. Há a possibilidade de que ele mude para o PSD assim como já fez a ex-correligionária Raquel Lyra (PSD-PE) no mês passado.
“Não é possível que se entenda que alguém destrua patrimônio público, invada espaços relevantes da República e não tenha nenhuma pena, como propõe um projeto de anistia. Anistia é isso: nenhuma pena para quem cometeu crime”, disse Leite em entrevista à Band.
Apesar de ser contra a anistia, ele criticou as penas impostas pelo STF citando, entre elas, a de 14 anos contra a cabeleireira Débora Rodrigues, que ficou conhecida por vandalizar a estátua A Justiça com batom.
“Anistia não é possível, mas concordar com as penas que estão sendo aplicadas... Elas parecem exacerbadas”, afirmou emendando que a pena do ministro Luiz Fux, de rever algumas condenações, “parece na linha correta”.
Em relação à candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano que vem, Leite indicou que buscará unidade para seu projeto político, mesmo que isso implique mudar de partido. Essa decisão, diz, depende do alinhamento de um grupo e não apenas de sua vontade pessoal.
“Posso afirmar que quero muito ajudar meu país a enfrentar a polarização e, sim, me disponho a liderar um projeto - ou seja, ser, sim, candidato. Mas uma candidatura presidencial não é uma vontade individual ou feita por aspiração pessoal, tem que mobilizar um grupo”, afirmou.
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Questionado sobre as dificuldades de uma candidatura presidencial sendo parte da comunidade LGBT+, Leite declarou que o Brasil já está preparado e citou sua experiência pessoal à frente do governo do Rio Grande do Sul, onde foi reeleito em um estado tradicionalmente conservador.
“O que eu sou, na minha orientação sexual, não interfere em absolutamente nada”, disse afastando qualquer preocupação sobre sua identidade pessoal impactar seu desempenho político.
A possibilidade de Leite trocar o PSDB pelo PSD vem sendo ventilada nas últimas semanas e, segundo relatos de interlocutores, pode se concretizar em maio, segundo ele relatou em outra entrevista publicada neste final de semana. O governador gaúcho, no entanto, adotou cautela e afirma que está em conversações com os dois partidos.








