![Líder do PT defende falas de Gleisi e diz que “Justiça Eleitoral é passível de críticas” Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara, defendeu o discurso da presidente petista Gleisi Hoffmann, que nesta semana sugeriu o fim da Justiça Eleitoral](https://media.gazetadopovo.com.br/2023/09/24162526/justica-eleitoral-960x540.jpg)
Em um sinal de que as críticas à Justiça Eleitoral podem passar a fazer parte da agenda dos governistas, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PR), defendeu neste domingo (24) a legitimidade do discurso crítico contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) feito pela presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) na última quinta-feira (21).
Em um sistema democrático, críticas a qualquer órgão público deveriam ser toleradas. No entanto, tais questionamentos foram rechaçados pelo PT nos últimos anos, em especial no ano passado, quando os autores das críticas eram o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Já Alexandre de Moraes, presidente do TSE, sempre manteve discurso de tolerância zero sobre quaisquer questionamentos contra a Justiça Eleitoral.
Após as falas de Gleisi – que nesta semana chegou a defender o fim da Justiça Eleitoral, Moraes divulgou nota oficial dizendo que a contestação feita pela petista seria “fruto do total desconhecimento sobre sua importância, estrutura, organização e funcionamento”. Na sequência, Gleisi recuou e disse ter sido “mal compreendida”.
Agora, em entrevista ao O Globo, o líder do PT na Câmara evitou responder se a conduta crítica ao TSE encontra respaldo no partido de Lula, mas defendeu Gleisi e disse que os questionamentos são legítimos.
“Ela foi mal interpretada, mas a Justiça Eleitoral é passível de críticas. Dívidas contábeis não podem cassar mandatos. Da maneira com que temos caminhado, em alguns anos não será eleito quem teve mais votos, mas quem teve o melhor contador. Isso é um absurdo. Um candidato que tem problemas com uma simples nota fiscal não pode estar em xeque”, declarou o deputado.
Na entrevista, Zeca Dirceu também sugeriu que pautas de costumes ligadas à esquerda não estariam contempladas no recentes acordos do governo com o Centrão – refletidos na entrada de dois parlamentares oriundos do PP e Republicanos para o comando de ministérios no governo Lula. Ou seja, o governo não teria passe-livre na Câmara para aprovar projetos ideológicos com o apoio do Centrão.
“Nossas prioridades são combater a fome, gerar empregos e estar com a economia equilibrada. Eu, sinceramente, não vejo ambiente para o governo pautar algo polêmico relacionado a costumes. Não dá para termos ilusões”, disse o parlamentar.
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