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Líder do MST diz que governo Lula está “medroso” e promete aumentar pressão por reforma agrária

MST
Apoiador histórico de Lula, João Pedro Stédile diz que governo Lula está "meio medroso" e "muito lento" nas políticas de interesse do MST. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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Um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e histórico apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), João Pedro Stédile criticou a atuação do governo para implantar políticas públicas de interesse do grupo – de que está “muito lento” e “medroso” – e que pretende colocar pressão para que a reforma agrária seja intensificada.

As afirmações foram dadas em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo publicada nesta quinta (11), ao ser questionado pelas críticas que o MST recebeu de ministros do governo Lula sobre as invasões ocorridas em menos de cinco meses de governo – mais de 30 no período.

“Sinceramente, eu não vi tensionamento algum. Agora, o que nós criticamos e voltamos a criticar? Que o governo está muito lento. Já perdeu muito tempo. Em cem dias, já deveria ter adotado um programa de emergência de combate à fome, com a compra de alimentos. E apenas agora estão anunciando recursos para isso”, disse.

Para ele, Lula está “meio medroso” em estabelecer novas políticas públicas de interesse do histórico apoiador por conta dos atos de 8 de janeiro, que criaram um “clima em que tudo tem que ser mais cuidadoso” em que “certos agentes públicos se encagaçaram [provocar ou sentir medo] com a luta social, porque não estavam acostumados com isso”.

Ainda em crítica ao governo, Stédile diz que os governos do PT não fizeram a reforma agrária que o MST defende, por “falta de compreensão”. “Os governos do Lula e da Dilma nunca compreenderam a natureza da agricultura brasileira. Até porque eram militantes da esquerda urbana, vamos dizer assim. Podem ter sido mal assessorados pelos intelectuais que entendiam do assunto”, completou.

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João Pedro Stédile disse que os atos do MST serão contínuos, mas que isso não significa necessariamente fazer novas invasões. De acordo com ele, o movimento pode “voltar a fazer marchas e grandes acampamentos”, e citou ainda que sindicatos fará novas greves como a que ocorreu recentemente dos funcionários do metrô de São Paulo.

“Nós vamos pressionar. Mas vamos defender o governo Lula. [...] Ao mesmo tempo, o MST vai manter a sua autonomia, de governos, de igrejas e de partidos – por mais que legendas de esquerda torçam o nariz”, disparou.

O líder do movimento afirmou, ainda, que não teme a instalação da CPI do MST na Câmara dos Deputados – a quinta que investiga o grupo – e que irá depor aos parlamentares se for convocado. Stédile ainda criticou o presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), dizendo que ele é um ruralista que permitiu a comissão por “artimanhas com o governo”.

De acordo com ele, a CPI tem mais um caráter "ideológico" do que prático, citando o ex-ministro Ricardo Salles (PL-SP), que ocupava a pasta do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro (PL), como um dos responsáveis. Salles é cotado para ser o relator da comissão.

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