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Câmara dos Deputados

Líderes do PT e PL trocam acusações em meio à votação para derrubar decreto do IOF

Líderes do PT, Lindbergh Farias, e do PL, Sóstenes Cavalcante. (Foto: Reprodução - Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)

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Em meio à disputa política sobre o decreto que reajusta alíquotas do IOF, os líderes do PT e do PL na Câmara protagonizaram nesta quarta-feira (25) um embate direto envolvendo o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e os rumos da política econômica do governo Lula.

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O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), criticou duramente a decisão de Motta de pautar “de surpresa” a votação do projeto que susta o decreto presidencial. “Foi um erro grave. Colocar o Coronel Chrisóstomo como relator parece uma provocação infantil em um tema tão importante”, disparou, após reunião com líderes da base no Palácio do Planalto.

Lindbergh classificou a iniciativa como uma tentativa de setores políticos de “enfraquecer o governo Lula” e de “antecipar o processo eleitoral de 2026”. Segundo ele, a aprovação do projeto poderá forçar o governo a contingenciar R$ 12 bilhões imediatamente. “É temerário pautar um tema dessa relevância sem quórum em Brasília, ainda mais no meio das festas de São João”, afirmou.

O projeto, já com urgência aprovada no último dia 16 por 346 votos, voltou à pauta mesmo com o esvaziamento da Câmara. Na ocasião, até partidos da base, como União Brasil, PP, Republicanos, PSD, MDB e PDT, votaram contra o governo, deixando isolados apenas PT, PSB e PSOL.

Do lado oposto, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), rechaçou as críticas e responsabilizou o governo pela crise. “Estamos diante de um governo inerte, analógico, que não reagiu desde a aprovação da urgência”, disse. Ele destacou que Hugo Motta havia sinalizado, já na última reunião de líderes, que o mérito seria pautado se o governo não se movimentasse.

“Hoje é aniversário de 40 anos do PL, e vamos dar um presente ao povo brasileiro derrubando esse aumento disfarçado de imposto”, afirmou Sóstenes, prevendo nova vitória no plenário: “Não passaremos dos 310 votos, mas a maioria será sólida”.

Ao rebater as críticas de Lindbergh à escolha do relator, Sóstenes foi direto: “O coronel Chrisóstomo é um deputado legítimo, indicado pelo maior partido da oposição. Nesta Casa, todos os 513 parlamentares são iguais”.

O líder do PL também acusou o governo de “improviso” e “irresponsabilidade fiscal”. Apontou a greve dos auditores da Receita Federal — que já dura mais de 200 dias — como uma das causas de impacto negativo nas contas públicas. E não poupou críticas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad: “Não é economista, não entende de economia e agora quer se meter na política”.

O clima, que já era tenso, deve se acirrar com a votação ainda nesta quarta. Além do PDL do IOF, estão na pauta medidas provisórias com forte impacto orçamentário, incluindo recursos para habitação popular e mudanças no crédito consignado.

A ofensiva da oposição e a fragmentação da base acendem o alerta no Planalto. Para Lindbergh, “é hora de reagir com firmeza”. Para Sóstenes, “é o governo que precisa parar de culpar os outros por seus erros”.

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